Tumor ou neoplasia é o resultado do crescimento anormal de um tecido, devido à multiplicação excessiva de suas células.
Os tumores são classificados em benignos e malignos. As células dos tumores benignos crescem lentamente e são diferenciadas (semelhantes às do tecido normal). As dos tumores malignos crescem rapidamente e têm um aspecto indiferenciado.
Sob o ponto de vista clínico, um tumor benigno pode ser considerado maligno se estiver localizado em uma estrutura que impeça sua remoção ou tratamento. Alguns tumores benignos podem sofrer mutações, transformando-se em malignos.
Os tumores podem ser classificados em:
Graus I e II - diferenciados, pouco agressivos e considerados benignos. Graus III e IV - indiferenciados e considerados malignos.
Os tumores são nomeados de acordo com as células que os originaram. Os tumores cerebrais mais comuns são os gliomas, que surgem a partir de células gliais, e os meningeomas, que têm sua origem nas meníngeas.
Além destes, existem os neurinomas, os adenomas hipofisários, as metástases etc. Os que se formam no cérebro são chamados de tumores cerebrais primários. Os que se originaram em outros órgãos e depois passaram para o cérebro, são chamados de secundários ou metastáticos.
Conseqüências dos tumores cerebrais Sendo o crânio uma estrutura óssea rígida, não pode se expandir para acompanhar o crescimento de um tumor intracraniano. A criança, até o seu primeiro ano de vida é uma exceção, pois seus ossos cranianos ainda não estão soldados entre si.
Quando um tumor se inicia no cérebro, o organismo procura adaptar-se, diminuindo a quantidade de líquor e de sangue no interior do crânio. À medida que o tumor vai crescendo, esta adaptação torna-se insuficiente para conter o aumento da pressão intracraniana.
Alguns tipos de tumores pressionam o tecido nervoso; é o caso de muitos tumores benignos. Os malignos tendem a invadir o tecido nervoso, destruindo-o. Tanto a compressão como a invasão, apresentam sinais de alterações irritativas e deficitárias das funções cerebrais. As alterações irritativas manifestam-se por meio de crises do tipo epilético. As deficitárias levam à perda de funções da área cerebral afetada. Sistema Nervoso Central O sistema nervoso é composto pelo encéfalo, medula espinhal e nervos, que vão para as várias partes do corpo, recebendo e levando instruções e informações. O sistema nervoso central possui quatro estruturas principais:
1. Cérebro O cérebro é a parte maior do sistema nervoso central. Sua camada externa chama-se córtex e é formada por uma massa cinzenta de células nervosas. A camada interna, chamada de substância branca, corresponde aos prolongamentos destas células. Os gânglios da base são estruturas profundas, constituídas por massa cinzenta.
O cérebro tem duas metades, chamadas hemisférios. O hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo e a fala. O direito controla o lado esquerdo. Cada hemisfério é dividido em quatro lobos: frontal, parietal, temporal e occipital. Cada lobo é responsável por um grupo específico de funções.
Lobo frontal - controla os movimentos voluntários do lado oposto do corpo. Participa das funções intelectuais, dos processos de pensamento, comportamento e memória. O lobo frontal esquerdo, chamado de "dominante", é também responsável pela fala e pela escrita.
Lobo parietal - é responsável pela interpretação das sensações tácteis, térmicas e dolorosas; e pela compreensão das formas e dos objetos. Participa nos processos de compreensão da leitura, das fisionomias, do espaço e das memórias correspondentes. Integrado ao lobo occipital, é também responsável pela identificação das figuras, dos símbolos e da palavra escrita.
Lobo occipital - responde pela interpretação dos estímulos da visão espacial correspondente ao lado oposto. Assim, o lobo occipital esquerdo "enxerga" o lado direito do campo visual e vice-versa. Cada lobo occipital recebe informações de metade de cada um dos olhos.
Lobo temporal - responsável pela interpretação dos sons. O esquerdo, pela compreensão da fala; e o direito, pelos sons musicais. Participa dos mecanismos da memória e das emoções.
2. Cerebelo É a segunda maior área do sistema nervoso central. É dividido em dois hemisférios por uma estrutura situada entre eles. O cerebelo coordena a atividade motora dos músculos, inclusive os da fala e os da marcha, em conjunto com os gânglios da base. Situa-se na porção posterior e inferior do crânio, sendo separado do cérebro por uma parte da meninge conhecida como tenda do cerebelo ou tentório.
3. Ponte Estrutura situada na frente do cerebelo, a ponte interliga o cérebro com o cerebelo e a medula espinhal por meio de feixes nervosos. Nela se situam os núcleos de alguns nervos cranianos.
4. Bulbo Também chamado de "medula oblonga", o bulbo está situado logo abaixo da ponte, com a qual se conecta. Contém os feixes nervosos que se dirigem da medula espinhal para a ponte e para o cérebro, bem como os feixes que destes se dirigem para a medula espinhal. Nele estão outros núcleos de nervos cranianos, assim como os centros nervosos da respiração, batimentos cardíacos e outras atividades neurovegetativas.
Além destas quatro estruturas principais, existem outras: ventrículos cerebrais, tálamo, hipotálamo, sistema límbico e formação reticular ativadora ascendente, nervos cranianos e meninges.
Sintomas dos Tumores Cerebrais
Muitas vezes, os tumores cerebrais são difíceis de se diagnosticar precocemente, pois seus primeiros sintomas são semelhantes aos de muitas outras doenças do sistema nervoso. Os sintomas dependem da localização do tumor e do grau de comprometimento do tecido cerebral. Por comprometerem progressivamente mais estruturas, com o passar do tempo, novos sinais específicos das áreas atingidas vão surgindo. Podem ocorrer alterações das:
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funções sensitivas, que se manifestam sob a forma de formigamentos ou perdas de sensibilidade;
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funções motoras, que se manifestam por paralisias ou perda do controle motor;
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compreensão ou da expressão verbal, da leitura, da escrita, da memória, do comportamento etc.
Geralmente estes sintomas vêm acompanhados de dores de cabeça, vômitos e distúrbios da visão.
Como é feito o diagnóstico O processo de diagnóstico começa na consulta médica e com um exame neurológico minucioso. A partir de perguntas objetivas, o médico obtém o histórico do paciente e os dados necessários para caracterizar a doença. Em seguida, ele faz um exame neurológico, que permite avaliar as funções nervosas e suas alterações.
Se houver suspeita de alguma anormalidade, o médico solicitará exames complementares, como eletroencefalograma, tomografia computadorizada, ressonância magnética, entre outros. Tratamentos Cirurgia É o principal método de tratamento para a maioria dos tumores cerebrais. Exige habilidade e precisão do cirurgião, que utiliza instrumentos altamente sofisticados.
A escolha do melhor método cirúrgico depende da localização, do tamanho e de outras características do tumor, conhecidas por meio dos exames complementares.
O objetivo sempre é a retirada total do tumor sem danificar as estruturas nervosas. Muitas vezes, quando o tumor invadiu estruturas vitais, a remoção completa não é possível. Nestes casos, o objetivo da cirurgia passa a ser a retirada máxima, com o mínimo de comprometimento das estruturas funcionantes. Para tanto, existem técnicas microcirúrgicas, estereotáxicas, laser e aspiradores ultra-sônicos.
Além da cirurgia, outros métodos terapêuticos incluem a radioterapia, a quimioterapia e a imunoterapia, que podem ser utilizados separadamente ou combinados entre si.
Radioterapia Muitos tumores cerebrais são sensíveis à radioterapia. Isto significa que as células tumorais podem ser destruídas ao serem expostas a irradiações.
Os avanços tecnológicos na área das imagens diagnósticas têm permitido a identificação precisa do volume a ser tratado. As informações fornecidas por exames como a tomografia e a ressonância magnética, se traduzem em imagens tridimensionais que possibilitam o planejamento de doses de radiação mais concentradas sobre o tumor, preservando as áreas sadias.
Existem diferentes formas de radioterapia e o médico vai determinar qual a mais adequada para cada caso.
Teleterapia É a irradiação feita a distância da área tratada. Essa forma de radioterapia é aplicada em doses fracionadas diárias durante algumas semanas.
Braquiterapia É uma forma de radioterapia em que materiais radioativos são implantados nas proximidades do tumor, que permite administrar doses de radiação diretamente nas células malignas, poupando os tecidos saudáveis de seus efeitos tóxicos. O material radioativo permanece o tempo suficiente, no interior do organismo, para a liberação da dose ideal de radiação.
Radiocirurgia É uma radioterapia externa, realizada em uma única ou em poucas sessões, com a aplicação de uma alta dose de radiação, restrita a uma área pequena do cérebro. Freqüentemente utilizada para o controle de tumores de difícil acesso para o neurocirurgião.
Quimioterapia O tratamento quimioterápico é feito por meio de drogas que destroem as células tumorais. Pode ser aplicado antes ou depois da cirurgia ou da radioterapia, dependendo do caso específico.
Imunoterapia O sistema imunológico é a defesa natural do organismo contra as doenças, inclusive as neoplasias. A imunoterapia estimula os recursos do próprio organismo na luta contra as células tumorais, por meio de drogas que propiciam a produção de substâncias capazes de controlar o crescimento do tumor e destruí-lo.
Questões emocionais O tumor cerebral ou as conseqüências de seu tratamento podem provocar modificações intelectuais, emocionais ou de personalidade. Experimentá-las, ou até mesmo o temor de que elas possam vir a ocorrer costuma levar o paciente a uma sobrecarga emocional.
Qualquer que seja a causa de modificações no seu comportamento, ela merece um esforço diagnóstico na tentativa de definir se medicações adequadas ou psicoterapia poderiam contribuir para reestruturar estas mudanças e aliviar sofrimentos.
Fontes: American Cancer Society M.D. Anderson Cancer Center
Obs.: - Todo crédito e responsabilidade do conteúdo são de seus autores. - Publicado em 17/11/03 - fonte: Instituto Day Care Center - http://www.daycare.com.br/
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