Elderly Institutionalized x Elderlt in Home
Trabalho realizado por:
Nathália Victório Bindaco.
Contato: nathaliavictorio@hotmail.com
Gleisiery Castelhani Ferreira.
Samanta Machado Ferreira.
Thyara Souza Santiago.
* Discentes do 6º período do curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Camilo-ES.
Orientadora:
Milena dos Santos Lívio.
* Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Camilo – ES.
Resumo
Atualmente, a estrutura da família vem sendo alterada bem como o lugar do idoso. Na sociedade capitalista que vive, a matéria passou a ter valor que as pessoas, com isso, o idoso sofreu e ainda sofre com a perda do seu espaço social. Muitas famílias não têm condições de cuidar do idoso, devido ao cotidiano e encontram na institucionalização uma solução para o problema. Objetivos: Abordar aspectos do idoso institucionalizado e do idoso que vive em domicílio. Metodologia: Realizada uma pesquisa de cunho bibliográfico, fazendo-se uso de artigos encontrados em sites, para assim obter embasamento suficiente para elaboração textual do trabalho. Resultados e Discussão: Muitos idosos encaram o processo de institucionalização como perda de liberdade, abandono pelos filhos, aproximação da morte, além da ansiedade quanto à condução do tratamento pelos funcionários. Por isso, é importante que a família se faça presente não só quando o idoso reside no mesmo local, mas também e, principalmente, quando é encaminhado para uma ILPI. Considerações Finais: Através deste estudo foi possível perceber que não há um local que seja considerado ideal para os idoso, pois isso depende muito de cada caso. E a família é indispensável e insubstituível no que se diz respeito à manutenção de laços afetivos para que o idoso tenha uma boa auto estima e qualidade de vida.
Palavras-chave: idoso, família, instituição.
Summary
Currently, the family structure has been changed and the place of the elderly. Living in capitalist society, the matter came to have value that people with this, the elderly have suffered and still suffers from the loss of their social space. Many families are unable to care for the elderly, due to daily and are institutionalizing a solution to the problem. Objectives: To address aspects of the institutionalized elderly and elderly living at home. Methodology: Conducted a survey of bibliographical, by making use of articles found on websites, in order to obtain sufficient foundation for the elaboration of the textual work. Results and Discussion: Many older adults perceive the process of institutionalization and loss of freedom, abandonment by children, the approach of death, and anxiety about the conduct of the treatment by officials. It is therefore important that the family would do this not only when the elderly live in the same location, but also and especially when it is forwarded to an LPI. Conclusion: Through this study it was observed that there is a site that is considered ideal for the elderly because this depends on each case. And the family is indispensable and irreplaceable when it comes to maintaining the ties of affection for the elderly have a good self esteem and quality of life.
Keywords: elderly, family, institution.
Introdução
Os avanços da medicina e da tecnologia têm proporcionado uma melhora bastante significativa no que se diz respeito à qualidade e expectativa de vida. Além disso, a redução das taxas de fecundidade e mortalidade infantil, a melhoria nas condições de saneamento e infra-estrutura básica tem influenciado no processo de envelhecimento da população brasileira. Com a Revolução Industrial, diversas mudanças nas formas de produção repercutiram na estrutura da família e no lugar do idoso nesse contexto. E com o surgimento da sociedade capitalista, os bens materiais passaram a ter mais valor do que as pessoas; Dessa forma, o idoso foi perdendo seu lugar e seu espaço social, sendo considerado descartável, improdutivo, incompetente e decadente (FREITAS et al, 2006). De acordo com BORN (2008), a família é importante para a pessoa idosa e, a permanência de laços afetivos tem um grande significado. Mais que o apoio material ela espera da família, compreensão, paciência, interesse em escutá-la, respeito a suas idéias, crenças e opiniões, não se sentindo menosprezada ou qualificada de obsoleta ou “velha”. Por isso, a família tem um papel indispensável no cuidado do idoso, devendo se fazer presente não apenas quando residem no mesmo local, mas também, quando ele se encontra em alguma instituição.
Em alguns casos, a capacidade da família para o cuidado pode estar comprometida ou fragilizada e, nestas condições, o idoso pode constituir-se num entrave à autonomia dos familiares, seja devido ao cotidiano, que não lhes possibilita conciliar cuidado e atividades de trabalho e do lar, ou pela impossibilidade dentre os familiares de encontrar um ou mais membros que estejam disponíveis e se responsabilizem pelo cuidado do idoso. Sendo assim, a institucionalização é, então, uma das soluções encontradas para o problema (SANTOS et al, 2008).
As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) são consideradas um sistema social organizacional cujos objetivos são assistir ao idoso "sem vínculo familiar ou sem condições de manter sua própria subsistência de maneira satisfatória às suas necessidades de saúde, alimentação, moradia e convivência social" ou "idosos dependentes e/ou independentes em estado de vulnerabilidade social" (CREUTZBERG et al, 2007)
Objetivos
Discutir e compreender alguns aspectos que diferem o idoso institucionalizado do idoso domiciliar, abordando sua forma de vida em ambos locais, bem como o lado positivo e o negativo.
Metodologia
Este estudo foi realizado através de pesquisa em livros do acervo bibliográfico do Centro Universitário São Camilo - ES, que relatassem sobre a vida dos idosos e seus diversos aspectos. Além de sites contendo artigos referentes ao tema proposto, dando maior ênfase à comprovação literária.
Resultado e Discussão
O crescimento da população de idosos é um acontecimento mundial. No Brasil, dados demográficos demonstram que a população encontra-se em um rápido processo de envelhecimento e, com isso, a cada ano há um acréscimo significativo no número de gerontes em nossa sociedade. Esta situação, aliada a modificações na estrutura familiar e à dinâmica da sociedade, onde cada vez mais, a inserção do maior número possível de integrantes da família no mercado de trabalho, em especial a mulher, expõe a pessoa idosa ao risco de vir a ser institucionalizada (SANTOS et al, 2008). Na velhice, o conceito de interdependência fica relegado a segundo plano, dando lugar à volta dos conceitos de dependência, independência, autonomia e perda de autonomia. Nessa fase, a resposta social ao déficit biológico, o distanciamento do trabalho, a mudança da identidade social, a desvalorização social do idoso implicam um alto grau de estresse na vida do idoso, dificultando a realização das tarefas evolutivas (SILVA & GUNTHER, 2000). Segundo FREITAS et al (2006), a mudança de sua própria moradia para uma ILPI é sempre um grande desafio, por isso, o indíviduo necessita de abordagem especial, de acompanhamento e apoio, sendo fundamental sua participação na seleção e no planejamento. Muitos idosos encaram o processo de institucionalização como perda de liberdade, abandono pelos filhos, aproximação da morte, além da ansiedade quanto à condução do tratamento pelos funcionários; por isso, o pleno conhecimento das medidas que estão sendo tomadas é importante na contribuição de uma melhor aceitação e adaptação, além disso, se for capaz, o idoso deve opinar, decidir. Contudo, não devemos esquecer que, muitas vezes, essa ILP cumpre papel de abrigo para o idoso excluído da sociedade e da família, abandonado e sem um lar fixo, podendo se tornar o único ponto de referência para uma vida e um envelhecimento dignos. (JUNIOR E TAVARES, 2005). É comum associar ILPIs a instituições de saúde. Mas elas não são estabelecimentos voltados à clinica ou à terapêutica, apesar de os residentes receberem - além de moradia, alimentação e vestuário - serviços médicos e medicamentos. Os serviços médicos e de fisioterapia são os mais frequentes nas instituições brasileiras, encontrados em 66,1% e 56,0% delas, respectivamente. No entanto, 34,9% dos residentes são independentes. Por outro lado, a oferta de atividades que geram renda, de lazer e/ou cursos diversos é menos frequente, declarada por menos de 50% das instituições pesquisadas. O papel dessas atividades é o de promover algum grau de integração entre os residentes e ajudá-los a exercer um papel social (KAMARANO e KANSO, 2010).
A qualidade do atendimento ao idoso na instituição depende em grande parte dos funcionários responsáveis pelo cuidado pessoal, higiene, alimentação. É essencial uma atuação multidisciplinar, com formação de uma equipe e realização de reuniões periódicas com estudos teóricos, de casos ou situações, visando o diagnóstico, a elaboração de um plano de trabalho e posterior avaliação. Além disso, a própria rotina diária, as programações, a atuação dos funcionários, devem merecer, igualmente, a atenção dessa equipe, para que haja um trabalho satisfatório (NETTO, 2005). A crescente necessidade de institucionalização de idosos tem levado alguns segmentos da sociedade a se preocuparem com as condições em que se encontra o contingente populacional residente nestes espaços. Alguns aspectos positivos são veiculados, acerca das potencialidades envolvendo o viver em locais que abrigam pessoas idosas. Além dos aspectos negativos, como a existência de maustratos, estrutura física deficitária e falta de recursos humanos capacitados para atuar com idosos que residem em ILPIs, particularmente naqueles de natureza pública, que deve ser uma preocupação constante dos profissionais que estão envolvidos neste contexto, bem como e, principalmente, dos familiares das pessoas idosas que passaram a residir nesses locais (PERLINI, LEITE E FURINE, 2006). Muitos familiares acreditam que com o asilamento há a possibilidade de proporcionar maior convívio social do idoso com outras pessoas, permitindo um resgaste da auto-estima, a valorização de si mesmo e minimização do sentimento de solidão (PERLINI, LEITE E FURINE, 2006). Esse convívio social deve ser estendido para além da instituição, que pode disponibilizar transporte para que os idosos participem de atividades religiosas, de lazer e de confraternização. E, ainda muito importante, é a liberdade para que os familiares possam desfrutar de momentos em comum com idoso, a fim de proporcionar a manutenção dos laços afetivos, de responsabilidade e de compromisso. Vale ressaltar que nem sempre a opção por residir numa instituição de longa permanência parte da família, mas do próprio idoso, que deseja encontrar um lugar onde receba atenção, conforto e atendimento às suas necessidades básicas. Diversos autores ressaltam que o cuidado a idosos tem sido geralmente uma atribuição feminina, no entanto com a entrada cada vez mais acentuada da mulher no mercado de trabalho e as mudanças na estrutura familiar, o cuidado, que ficava naturalmente a cargo da mulher, tornou-se objeto de tensão e conflitos, já que, cuidar dos familiares idosos é mais um dos papéis que são atribuídos à mulher na esfera do lar. A realidade é que muitas famílias não encontram condições objetivas e subjetivas necessárias para cuidar de seus ‘velhos’ no âmbito estritamente privado (PERLINI, LEITE E FURINE, 2006). Cuidar do idoso em casa é, sem dúvida, uma situação que deve ser preservada e estimulada; entretanto, cuidar de um indivíduo idoso e incapacitado durante 24 horas sem pausa não é tarefa, por exemplo, para uma mulher sozinha, geralmente com mais de 50 anos, sem apoios nem serviços que possam atender às suas necessidades, e sem uma política de proteção para o desempenho deste papel. Em alguns países mais desenvolvidos, em que o envelhecimento populacional ocorreu de maneira mais lenta com atenção durante décadas, foi construída uma rede de organizações maiores e menores, definida como community care, com o objetivo de manter o idoso em sua casa oferecendo suportes para a família e o cuidador. Dentre as diferentes modalidades de assistência ao cuidador, destaca-se o serviço de sua substituição por um profissional, para alternar os cuidados com alguém. Existe, ainda, um programa fundamental para idosos, chamado "comida sobre rodas", que produz e distribui as refeições programadas para os doentes e incapacitados, poupando o cuidador da tarefa de cozinhar todos os dias. Esse cuidador familiar de idosos incapacitados precisa ser alvo de orientação, e receber em casa periódicas visitas de profissionais (médico, enfermeiro, fisioterapeuta e outras modalidades de supervisão e capacitação). Esse apoio é fundamental, principalmente, quando se trata de um casal de idosos, onde o cônjuge menos lesado assume os cuidados do outro, que foi acometido por uma súbita e grave doença incapacitante (KARSCH, 2003). É preciso destacar que, embora o cuidado familiar seja um aspecto importante, ele não se aplica a todos os idosos. Muitos idosos que não têm família e, em outros casos, as famílias são muito pobres ou os familiares precisam trabalhar e não podem deixar o mercado de trabalho. E, apesar do idoso nos estratos mais pobres da população contribuir com sua renda para o sustento da família, nem sempre ele recebe o respaldo merecido, seja por insuficiência do recurso ou pelas dificuldades que a família encontra para dele cuidar. Um cuidado que se apresenta de forma inadequada e ineficiente, é observado em alguns casos onde os membros da família não estão disponíveis, estão despreparados ou estão sobrecarregados por essa responsabilidade. Dessa forma, existe a possibilidade concreta de surgirem abusos e maus-tratos. Por isso, embora a legislação e as políticas públicas afirmem e a própria sociedade acredite que os idosos devam ser cuidados pela família (por questões morais, econômicas ou éticas), é importante lembrar que não se pode garantir que a família prestará um cuidado humanizado (CALDAS, 2003). Muitas mudanças no cotidiano acontecem, principalmente, na vida pessoal e profissional do próprio cuidador, que dispende praticamente todo o seu tempo, as suas forças, o seu lazer e até as suas emoções. Alguns cuidadores abdicam do seu emprego, outros vão trabalhar, mas carregando uma preocupação com a saúde do seu familiar. Tudo isso, resulta na perda da autonomia que gera, às vezes, mudança de endereço residencial para perto de outro familiar mais capacitado, gerando ansiedade no cuidador e no idoso. Isso ocorre principalmente quando tanto o cuidador quanto o idoso possuem idades mais avançadas. Essas mudanças geram no idoso um sentimento de perda de autonomia e de familiaridade com o ambiente (THOBER CREUTZBERG E VIEGAS, 2005) A família pode, portanto, ser um elemento de ajuda à pessoa idosa, proporcionando condições para uma melhor qualidade de vida, permitindo que ela continue a sentir-se útil e participante do convívio. Ou, ao contrário, pode prejudica-la, dando origem à dependência e depressão, fatores de doença e até de óbito.
Considerações Finais
Através deste estudo, foi possível perceber que não se pode afirmar qual o melhor lugar para o idoso viver, pois de certa forma, isso varia de caso em caso. Pode-se dizer que o ambiente familiar, em primeira instância, seja o melhor local para o idoso, já que é neste âmbito que, geralmente, ele permanece durante quase toda sua vida; sendo mais fácil e menos doloroso proporcionar os cuidados para o idoso no domicilio. No entanto, muitas dificuldades podem ser impostas ao cotidiano familiar, restringindo as soluções para garantir o cuidado e a qualidade de vida do ancião. Com isso, não só a família, mas muitas vezes o próprio idoso, depositam na institucionalização uma viável alternativa. É importante lembrar que independentemente de estar no domicilio, o idoso deve receber apoio e atenção da família, para que os vínculos afetivos sejam mantidos, a fim de proporciona-los uma vida motivada, na qual se sintam amados e importantes e não esquecidos e insignificantes.
Referências Bibliográficas
BORN, T. Cuidar melhor e evitar a violência: manual do cuidador da pessoa idosa. Brasília : Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Subsecretaria de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, 2008.
CALDAS, C. P. Envelhecimento com dependência: responsabilidades e demandas da família. Cadernos de Saúde Pública, vol. 19, nº 3. Rio de Janeiro, 2003.
CAMARANO, A. A.; KANSO, S. As instituições de longa permanência para idosos no Brasil. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 27, n. 1. Rio de Janeiro, 2010.
CREUTZBERG, GONÇALVES, M.; L. H. T.; SOBOTTKA, E. A.; OJEDA B. S. A instituição de longa permanência para idosos e o sistema de saúde. Rev. Latino-Am. Enfermagem, vol 5, nº 6. Ribeirão Preto – SP, 2007.
JUNIOR, R. C. F. LOBATO, M. F. A saúde sob o olhar do idoso institucionalizado: conhecendo e valorizando sua opinião. Interface – Comunicação, Saúde, educação. Vol 9, nº 16. Botucatu - São Paulo, 2005.
KARSCH, U. M. Idosos dependentes: familia e cuidadores. Cad. Saúde Pública, vol. 19, nº 3. Rop de Janeiro, 2003.
NETTO, M. P. Gerontologia: A velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo, editora atheneu, 2005.
PERLINI, N. M. O. G.; LEITE, M. T.; FURINI, A. C. Em busca de uma instituição para a pessoa idosa morar: motivos apontados por familiares. Rev. Esc. Enferm. USP. São Paulo, 2006.
SANTOS, A. B.; SILVA, J. C. S.; BAPTISTA, M. F. S.; PEREIRA, F. D.; FURTADO, H. L. Perfil da autonomia funcional de idosos institucionalizados do município de Três Rios/RJ – Brasil. Julho de 2008. (Disponível em: http://ww w.castelobranco.br/sistema/novoenfoque/files/07/09.pdf. Acesso: 29/08/2010). SILVA I. R. & GUNTHER, I. A. Papéis sociais e envelhecimento em uma perspectiva de curso de vida. Brasília, 2000. (Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010237722000000100005&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 30/08/2010).
THOBER, E.; CREUTZBERG, M.; VIEGAS, K. Nível de dependência dependência de idosos e cuidados no âmbito domiciliar. Revista Brasileira de Enfermagem; Vol 58, nº 4. Brasília, 2005.
Obs:
- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo são de suas autoras.
- Publicado em 13/09/2011.
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