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Verificação do Risco Coronariano na Área de Influência de uma Unidade de Saúde da Família: O Diagnóstico Situacional como Estratégia de Prevenção Imprimir E-mail
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Trabalho realizado por:
- Dallyana Laura Cunha Duarte1;
- Valéria Matos Leitão de Medeiros2;
- Daniella de Souza Barbosa 3

Contato: dallyana-fisio@hotmail.com

1 Graduanda do 8º período do curso de Graduação em Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – FCM.
2
Fisioterapeuta, Orientadora; Especialista em Fisioterapia Cardiorespiratória pela UFPE-PE; Mestranda em Educação pela UFPB.
3 Fisioterapeuta, Co-orientadora; Especialista em Gerontologia pela UFPB-PB.

 

INTRODUÇÃO

As doenças cardiovasculares se tornarão a maior causa de mortalidade em todo o mundo, desse modo, a canalização de medidas preventivas aceitáveis deve ter prioridade tanto em países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. Estas medidas de prevenção na Atenção Primária à Saúde (APS) iniciam-se na investigação dos fatores de risco de uma determinada população, predizendo um evento futuro. Justifica-se, portanto o objetivo deste estudo em verificar o risco coronariano de trabalhadores do Shopping Popular Terceirão, localizado no centro de João Pessoa, área de influência da Unidade de Saúde da Família do Varadouro I e II correspondendo á área de abrangência do Distrito Sanitário IV, com a finalidade de contribuir para estratégias de intervenções, que ampliem ações de prevenção na comunidade investigada, sendo também de grande relevância para a formação acadêmica de fisioterapia enquanto pesquisador e agente promotor de saúde. O estudo caracterizou-se como exploratório, descritivo, com método de análise quantitativo. A coleta de dados foi realizada no período de setembro do corrente ano, como parte integrante das propostas realizadas no componente curricular - Atividades Complementares I - Pesquisa e Gestão em Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba - FCM. O instrumento adotado foi um teste de risco coronariano, estando relacionado aos seguintes fatores: hereditariedade, atividade física, idade, gordura corporal em Kg, tabagismo, emoções, pressão arterial e alimentação, elaborado pela Michigan Heart Association, para orientar os indivíduos segundo a probabilidade de desenvolverem doenças do coração.

 

FATORES DE RISCO CORONARIANO

A prevenção primária da doença arterial coronariana (DAC) tem grande relevância para a saúde pública por tentar impedir, mesmo que uma proporção pequena de casos, a morbidade, o sofrimento e os gastos em atendimentos à saúde1. Além disso, as medidas que previnem a coronariopatia também podem amenizar outras manifestações de aterosclerose como o AVC e podem ter um impacto sobre a hipertensão, a diabetes mellitus e outras patologias crônicas2,3. Os fatores de risco podem ser divididos em quatro categorias básicas: fatores predisponentes, como idade, sexo, antecedentes familiares; comportamentos de modificação do risco, relacionado ao tabagismo, consumo de álcool, vida sedentária; fatores de risco metabólicos, sendo hipertensão, dislipidemias, obesidade, diabetes; e marcadores de doença, como resultados de teste de esforço e antecedentes pessoais de doença vascular. Tais categorias são úteis para considerar os alvos em potencial para intervenção, contudo, pode ser difícil classificar um fator numa categoria distinta, pelo fato de algumas delas possuírem certa interação1,2. Para estabelecer estratégias preventivas é fundamental avaliar o risco do desenvolvimento de resultados clinicamente relevantes, porque o custo-eficácia de qualquer intervenção varia de acordo com o risco global em uma dada população. O risco populacional depende não apenas da força de associação dos fatores de risco-doença e do benefício da intervenção, mas também de quão comum é o fator na população em geral1. Em 1996, as conferências de Bethesda do American College of Cardiology colocaram os fatores de risco em quatro grupos, de acordo com a probabilidade de que a modificação destes resulte em risco mais baixo4. Esses grupos incluem: os fatores para os quais as intervenções tenham comprovado reduzir o risco; os fatores para os quais as intervenções provavelmente reduzam a incidência de eventos; fatores claramente associados ao risco de coronariopatia e que, se modificados, poderiam reduzir a incidência de eventos coronarianos; e fatores associados ao risco de doença cardiovascular e que não podem ser modificados. As prevenções primárias podem contribuir substancialmente para a redução das taxas de mortalidade por DAC5. Contudo, com o envelhecimento populacional, o número de indivíduos com fatores que os colocam em risco de coronariopatia aumentará, deste modo, é preciso que as medidas de prevenção primária a saúde como a Educação Popular em Saúde se intensifiquem, a fim de que os jovens possam despertar para um novo estilo de vida.

 

 

RESULTADOS

A amostra foi composta por 26 indivíduos, selecionados aleatoriamente em um universo de 73 comerciantes na área de presentes e eletro-eletrônico, sendo 46,60% sexo feminino e 53,40% sexo masculino (GRÁFICO 1), com média de idade de 40 anos (±19/73).

 

 

GRÁFICO 1 – Distribuição dos entrevistados quanto ao sexo.

FONTE: dados da pesquisa, 2007.

 

De acordo com a soma da pontuação dos fatores estabelecidos no teste de risco coronariano dos entrevistados foi possível constatar: 02 (7,69%) apresentam risco remoto; 07 (26,92 %) estão abaixo da média; 13 (50%) possuem risco médio; 03 (11,53%) estão com risco moderadamente elevado e 01 (3,86%) com risco elevado, como demonstrado no GRÁFICO 2.

 

 

 

 

GRÁFICO 2 – Análise do teste do Risco Coronariano adaptado.

FONTE: Fonte: dados da pesquisa, 2007.




DISCUSSÃO

 

Diante dos resultados obtidos nessa pesquisa verificou-se que mais da metade da população investigada tem uma predisposição para desenvolver doenças cardiovasculares. Em relação ao gênero contatou-se maior prevalência do gênero masculino, e a média de idade de 40 anos, sendo estes fatores de risco não modificáveis. Segundo a literatura até a meia-idade, os homens possuem morbimortalidade por doença coronariana mais acentuada que as mulheres e com o envelhecimento, essa diferença deixa de existir, possivelmente devido à perda relativa de imunidade conferida pelos hormônios estrogênios e ao aumento acentuado de prevalência de fatores associados3. E conforme a aplicação dos testes de risco coronariano verificou-se que a metade dos entrevistados possui risco médio, podendo ser futuramente acometido por uma DAC. E de acordo com os estudos, os fatores de risco modificáveis e/ou controláveis são os principais causadores desta situação como o sedentarismo, a obesidade, o tabagismo, o etilismo, as dislipidemias, a hipertensão arterial, a diabetes mellitus, a depressão e o estresse1,3.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do exposto, foi possível concluir que propor oficinas dialogadas e baseadas em Educação Popular em Saúde como estratégias de emponderamento para que os fatores passíveis de modificação e controle possam ser superados almejando a ampliação das ações de prevenção na vida desses trabalhadores favorecendo uma melhor qualidade de vida.



REFERÊNCIAS

 

1. GAZIANO, J. et al. In: BRAUNWALD, E.; ZIPES, D.; LIBBY, P. Tratado de doenças cardiovasculares. 7 ed. 1 v. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

 

2. BRAUNWALD, E.; ZIPES, D.; LIBBY, P. Tratado de medicina cardiovascular. 6.ed. 2 v. São Paulo: Roca, 2003.

 

3. DIAMENT, J; FORTI, N. Fatores de risco cardiovascular. In: CARVALHO FILHO, E. T.; PAPALÉO NETTO, M. P. Geriatria: fundamentos, clínica e terapêutica. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2006.

 

4. Pearson T. A et al. 27 th Bethesda Conference: Matching the intensity of risk factor management with the hazard for coronary disease events. Task Force 8. Organizationof preventive cardiology service. J Am Coll Cardiol, 1996.

 

5. Howson C P; REDDY S K; RYAN T J. Control of cardiovascular diseases in developing countries. Washington, D C, National Academy Press, 1998.



 

Obs.:
- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo é de seu autor.
- Publicado em 28/05/10

 

 



 

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