Definição
A doença de Parkinson é uma enfermidade que foi descrita pela primeira vez em 1817, pelo médico inglês James Parkinson.
É uma doença neurológica, que afeta os movimentos do indivíduo, pode provocar desequilíbrio, alterações posturais e disfunções na fala e na escrita. Não é uma doença fatal, nem contagiosa, não afeta a memória ou a capacidade intelectual do parkinsoniano.
Também não há evidências de que seja hereditária. Apesar dos avanços científicos, ainda é incurável, é progressiva (variável em cada paciente) e a sua causa continua desconhecida até hoje.
A Doença de Parkinson surge após a degeneração de células situadas numa determinada região do cérebro que participa do controle e da coordenação dos movimentos, assim como da manutenção do tônus muscular e da postura. Essas células produzem uma substância chamada dopamina. A falta ou diminuição da dopamina afeta os movimentos do paciente, provocando os sinais e sintomas mencionados anteriormente.
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Drª Deise Ferreira de Lima Matos
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O FisioWeb em Foco visitou o Studio ALC Pilates, localizado no RJ e conversou com a Dra. Deise Ferreira de Lima Matos - Bacharel em Fisioterapia pela FRASCE, Instrutora de Pilates, com formação em RPG, Auriculoterapia, Acupuntura Craniana e Terapias manuais.
FisioWeb em Foco – Como é o quadro clínico de uma pessoa portadora da Doença de Parkinson?
Dra. Deise Matos – O quadro clínico da Doença de Parkinson é constituído, principalmente, pela tríade: tremor em repouso, rigidez muscular e bradicinesia (lentidão de movimentos). Com a evolução da doença, o indivíduo pode começar a andar dando passos curtos, ter dificuldades para levantar da cama ou da cadeira e até perder a expressão facial.
FisioWeb em Foco – Esse quadro é comum a todos os pacientes?
Dra. Deise Matos – Não. O quadro clínico varia de paciente para paciente. Os sinais e sintomas do Parkinson são de início duvidoso, podendo uma de suas manifestações aparecer isoladamente ou em associação e variar de paciente para paciente.
FisioWeb em Foco – Podem ocorrer outros tipos de complicações?
Dra. Deise Matos – Sim. Podem surgir complicações secundárias como: dificuldade para dar os primeiros passos, atrofia e fraqueza muscular por desuso, problemas respiratórios e a “posição de esquiador” que adota, alterações circulatórias com edemas de extremidades, osteoporose, contraturas e deformidades, e úlceras de decúbito.
FisioWeb em Foco – Existe hoje algum tratamento eficaz?
Dra. Deise Matos – Como se trata de uma patologia do sistema nervoso central, uma vez que os neurônios são afetados não há como recuperá-los. No entanto, é de grande importância que se inicie o tratamento assim que o diagnóstico for estabelecido, para que os sinais e sintomas sejam combatidos e sua progressão seja retardada.
FisioWeb em Foco – Em que consiste esse tratamento que venha a retardar a progressão da Doença de Parkinson.
Dra. Deise Matos – O ideal é que o paciente esteja acompanhado de uma equipe multidisciplinar, dentre eles:
- o médico, que indicará os medicamentos adequados para combater o mecanismo de ação que leva a diminuição de dopamina e supri-la;
- o fonoaudiólogo, com técnicas para tratar os problemas de deglutição, fala e voz que surgirem;
- terapeuta ocupacional, para adaptações nas atividades da vida diária e afins, ajudando-o a ser mais independente possível;
- o psicólogo, uma vez que não afeta o intelecto, é comum momentos de depressão por causa da evolução da doença;
- nutricionista, na orientação da dieta e;
- fisioterapia, que utilizará técnicas apropriadas conforme a evolução da doença. Ela leva ao aumento da qualidade de vida do paciente. De fato, os exercícios físicos conservam a atividade muscular e flexibilidade articular. Inativos, os músculos têm tendência a se atrofiar, se encurtar e sua força diminuir. A rigidez resultante limita a amplitude dos gestos. Cinesioterapias, hidroterapia, exercícios respiratórios e pilates, são recursos que a fisioterapia oferece para um programa de reabilitação de um parkinsoniano.
FisioWeb em Foco – A Sra. comenta sobre o uso da técnica de Pilates. O que ela pode influenciar no tratamento.
Dra. Deise Matos – Pilates é um programa de treinamento do corpo e da mente com base em seis princípios fundamentais: concentração, controle, centro de força, fluidez nos movimentos, respiração e precisão. Um sistema único de exercícios de alongamentos e fortalecimento, coordenação motora e equilíbrio, procurando evitar impacto ou pressão sobre as articulações, diminuindo o risco de lesões. É uma forma de atividade física indicada para qualquer pessoa, principalmente, para aqueles com dores nas colunas cervical e lombar, dores crônicas, articulares e musculares, sedentários ou atletas, gestantes e idosos, além de reabilitação traumato-ortopédica, reumatológica e neurológica, se as aulas forem instruídas por fisioterapeutas, já que os educadores físicos também estão aptos a lecionar as aulas de Pilates.
FisioWeb em Foco – Em que a prática de Pilates mais beneficia o doente de Parkinson.
Dra. Deise Matos – Com o Pilates, o portador da Doença de Parkinson seria beneficiado com o trabalho respiratório objetivando a expansibilidade torácica. Esses exercícios são necessários porque o paciente tende a adotar uma postura de prostração, diminuindo o espaço necessário para a expansão pulmonar durante a respiração, levando-o a ter uma respiração cada vez mais prejudicada e difícil. Os alongamentos globais e específicos para grupamentos musculares mais comumente afetados; exercícios de fortalecimento leve e os que favorecem o ganho de amplitude articular tanto em membros superiores e inferiores, quanto em flexibilidade da coluna vertebral também são importantes. Isso porque o indivíduo vai perdendo a capacidade de manter-se ereto, de realizar movimentos de grande amplitude como dar um passo largo e pegar algo numa prateleira acima da cabeça por exemplo.
FisioWeb em Foco – Qualquer doente de Parkinson pode praticar o Pilates?
Dra. Deise Matos – Sim, tão logo ocorrer à liberação médica. Todos os exercícios são selecionados e realizados após uma minuciosa avaliação fisioterapêutica, em benefício do paciente, respeitando suas limitações e capacidade de compreensão e concentração de cada um, com a finalidade de mantê-lo mais independente e retardar ao máximo a instalação das restrições que a Doença ou Mal de Parkinson provoca.
Veja agora, alguns exercícios que podem ser praticados por pacientes com o Parkinson:
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Telefone: (21) 96445-3063
E-mail: fstdeisematos@gmail.com
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Reportagem por: Gilberto Fernandes.
Fotos por: Alexandre Santos.
Modelo das fotos: Cláudia Fanelli
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