Trabalho realizado por: Diego Sarmento de Sousa
Contato: diego_uepa@hotmail.com
- Pós-graduando em Fisiologia do Exercício (Faculdade de Anicuns/GO) - Graduado em Educação Física (UEPA/PA) - Acadêmico de Fisioterapia (UEPA/PA) - Acadêmico de Ciencias Biologias (UFPA/PA)
A Fisioterapia, assim como outras áreas da saúde, tem desenvolvido significantes pesquisas na área da Reabilitação Cardíaca (RC) a fim de estimular positivamente, tanto à causa subjacente da doença, quanto às capacidades funcionais do paciente, de maneira que o mesmo possa, através do próprio esforço, realizar as suas atividades da vida diária (SILVA, 2007; PRYOR & WEBBER, 2002). O artigo de revisão da literatura disponibilizado nesta atividade reflexiva aprofunda a discussão sobre as fases da RC, por meio da análise em detalhes do ciclo de intervenção da Fisioterapia, de forma a poder colaborar para uma prática mais eficiente da mesma (SILVA, 2007).
Conforme os estudos de Silva (2007) e Carvalho et al. (2006), a primeira fase da RC corresponde ao período de internamento do paciente numa instituição hospitalar, caso não ocorram complicações, tem uma duração que poderá variar entre 06 e 12 dias. Esta fase pode ser dividida em três subfases: pré-operatório (somente em casos cirúrgicos) a atuação da Fisioterapia está enfocada na orientação clínica, no ensino de técnicas para melhoria da função respiratória e de desobstrução das vias aéreas, a fim de diminuir a incidência de complicações pulmonares pós-cirúrgicas (CPP); na subfase aguda a finalidade é prevenir a ocorrência de complicações respiratórias, monitorizando a remoção de secreções, verificando a ventilação e se necessário a intervenção direta deverá ser seletiva e não generalizada a todos os pacientes; na subfase de mobilização, as metas da Fisioterapia são de assegurar que as capacidades funcionais do paciente permaneçam no nível desejado para as atividades da vida cotidiana e que o mesmo esteja apto para iniciar a próxima etapa.
A segunda fase da RC corresponde ao período de pós-internamento (SILVA, 2007), ou extra-hospitalar (CARVALHO, et al., 2006), tem duração que pode variar entre 03 e 06 meses e pode ser executado em diferentes contextos. A fisioterapia nesta fase da RC almeja aperfeiçoar a independência funcional do paciente facilitando a identificação das suas limitações físicas, o aumento do nível de aptidão cardiorrespiratória e facilitando o desenvolvimento e manutenção de um estilo de vida fisicamente ativo (SILVA, 2007). A respeito do tipo de programa exercício físico nesta fase da RC, Silva (2007) – fazendo referência a outros autores – diz que este deve incluir exercícios aeróbicos (contínuo ou intervalado), exercícios de fortalecimento muscular, como também de flexibilidade a fim de preservar a amplitude de movimentos articulares, numa frequência de 03 a 05 vezes por semana, como também a utilização de técnicas de relaxamento, pois a mesma promove respostas cardiovasculares satisfatórias ao paciente.
A terceira fase da RC pode estender-se durante um período de 06 a 24 meses (CARVALHO, et al., 2006) ou por toda a vida do paciente (SILVA, 2007). De acordo com Carvalho, et al. (2006) a supervisão de exercícios deve ser feita por profissional especializado em exercício físico (professor de educação física e/ou fisioterapeuta). O objetivo é a manutenção em longo prazo das capacidades funcionais desenvolvidos na fase II, focando-se assim na auto-regulação do paciente e adoção de um estilo de vida saudável.
São vários os benefícios que a reabilitação cardiovascular exerce sobre o paciente: ação favorável sobre o perfil lipídico; aumento da capacidade funcional; melhora a angina em repouso; amplia a relação ventilação/perfusão pulmonar; melhora o condicionamento aeróbio; diminui os níveis pressóricos, reduz em torno de 20% a 25% no risco de morte nos pacientes pós-infarto agudo do miocárdio, entre outras (MORAES, et al., 2005).
Embora tais estudos tenham trazidos vários benefícios aos programas de intervenção, precisa-se ainda avançar nas pesquisas para melhor responder aos questionamentos que ainda são pertinentes. A atuação, portanto, do fisioterapeuta em cada uma das fases da RC garante aos pacientes a possibilidade de evolução rápida de suas capacidades funcionais, oferecendo-lhe uma melhor qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, T., et al. Diretriz da Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica: Aspectos Práticos e Responsabilidades. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 86, Nº 1: 74-82. 2006.
MORAES R.S., et al. Diretriz de Reabilitação Cardíaca. Arquivos Brasileiros de Cardiologia; Volume 84, Nº 5: 431-40. 2005
PRYOR, J. A., & WEBBER, B. A. Fisioterapia para problemas Respiratórios e Cardiacos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2002.
SILVA, H. Fases da Reabilitação Cardíaca: A Intervenção da Fisioterapia (Revisão da Literatura). EssFisiOnline, vol. 3, nº 3 , 17-35. 2007.
Obs:
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- Publicado em 29/06/2010.
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