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Paralisia Facial Periférica: Relato de Caso E-mail
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Trabalho realizado por:

- ANNE KARINE DA SILVA CRUZ¹
- CLEISIOMARA DE LIMA ARAUJO ¹
- ALESSANDRO PEDROSA MELO²

Contato: annykarine-s@hotmail.com

¹Academicos do Curso de Fisioterapia,Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB, Barreiras/BA.

²Professor do Curso de Fisioterapia, Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB, Barreiras /BA



Introdução: A paralisia facial periférica é definida pela paralisia no qual envolvem os músculos de uma hemiface acometendo a mobilidade voluntaria automática e reflexa originada pela lesão idiopático do nervo facial. Objetivo: avaliar a intervenção fisioterápica na paralisia facial periférica, apresentar os benefícios do tratamento fisioterápico na PFP para sociedade, evidenciar o avanço da fisioterapia no tratamento da mesma Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo do tipo relato de caso sobre a Paralisia Facial Periférica, realizada na Clinica Escola da Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB) localizado na Avenida Cleriston Andrade, n° 1111, Centro, Barreiras-BA no qual foi observado o tratamento realizado na paciente E.C.S de 37 anos de idade na clinica escola da FASB.Conclusão: através do presente estudo constatou-se que as técnicas fisioterápicas minimizam os danos ocorridos no paciente com este tipo de patologia e de acordo com isso, quanto mais precoce for o tratamento melhor será a eficiência das técnicas além de promover assim uma boa reabilitação.

Palavras-Chaves: Fisioterapia, Paralisia Facial Periférica, Reabilitação.

 

 

INTRODUÇÃO

Segundo Paulo Junior et al (2004) a paralisia facial periférica (PFP) decorre da interrupção da trajetória nervosa de qualquer um dos seguimentos do nervo facial (VII par de nervo craniano). O acometimento periférico deste nervo craniano resulta em paralisia completa ou parcial da mímica facial ipsilateral a lesão, podendo ter diversas causas como; infecção de ouvido, infecção do nervo facial por vírus ou bactéria, trauma na face, cirurgia de glândula salivar parótida onde a maioria das causas são desconhecidas podendo ser denominada de paralisia facial idiopática ou paralisia de Bell. E pode também estar associada a distúrbios da gustação, salivação e lacrimejamento, hiperacusia e hipoestesia no canal auditivo esterno.

Constata-se que a incidência anual da Paralisia de Bell (PB) é em torno de 11.5 e 40.2 casos por 100.000 pessoas. Pode ser evidenciado na faixa etária dos 30 aos 50 anos e dos 60 aos 70 anos (MATOS, 2011).

Com base no Sara (2012), quando tem comprometimento do nervo facial pode ser observada paralisia dos músculos que fazem a mímica facial em uma hemiface, tendo dificuldades em realizar movimentos como: enrugar a fronte, sorrir, bochechar, fechar totalmente o olho, assobiar. Pode-se notar também, desvio da comissura labial para o lado contrario á lesão, desaparecimento dos sulcos da hemiface afetada e lacrimejamento persistente. Atrelado ao local onde ocorreu a lesão do nervo facial, tem modificações em relação à gustação, audição e salivação podem ser localizadas.

Para Cambier, Masson & Dehen (2005) o envolvimento do facial inferior se manifesta pelo desaparecimento da prega nasogeniana, pela queda da comissura labial, pela entortura para o lado sadio e a língua parece desviada. O paciente não consegue sorrir, nem inflar as bochechas do lado acometido, assobiar ou falar com facilidade.

Nessa patologia em torno de 80-85% dos pacientes melhoram espontaneamente e totalmente dentro de três meses, onde 15-20% ficam com danos permanentes. Dentro de seis meses torna-se mais evidente quais os indivíduos que terão seqüelas moderadas ou graves.Tendo em vista que, os fatores para um mau prognostico incluem: paralisia completa, idade acima de 60 anos, síndrome de Ramsay-Hum (MATOS, 2011).

Revela Paulo Junior et al (2004) a fisioterapia na PFP tem como finalidade restaurar a expressão da mímica facial. O tratamento fisioterápico é indispensável, tendo como objetivo principal restabelecer trofismo, a força e a função muscular. Sendo que o grau de reabilitação da função do nervo facial depende de inúmeros fatores, a idade do paciente, o tipo de lesão, a etiologia, a nutrição do nervo, o comprometimento neuromuscular. Com base nesses fatos as condutas utilizadas na reabilitação representam os fatores determinantes do prognostico terapêutico.

Diante do que foi relatado constata-se a grande importância da fisioterapia na reabilitação da paralisia facial periférica. Tendo este artigo à finalidade de apresentar os benefícios do tratamento fisioterápico na PFP para sociedade, bem como todos os métodos utilizados na reabilitação, e assim evidenciar o avanço da fisioterapia no tratamento da mesma.

 

 

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo qualitativo do tipo relato de caso, cujo objetivo foi avaliar a intervenção fisioterapêutica na paralisia facial periférica, no qual foi observado o tratamento realizado na paciente E.C.S de 37 anos de idade na clinica escola da Faculdade São Francisco de Barreira- FASB no município de Barreiras-Ba.

Para alcançar as metas foi realizada uma pesquisa bibliográfica baseada em livros e artigos disponíveis em bases eletrônicas. Atrelado a isso foi observado durante 30 dias 3 vezes por semana o tratamento realizada pela estagiaria de fisioterapia da FASB na paciente E. C. S. com Paralisia Facial Periférica do lado direito decorrente onde a estagiaria desenvolveu algumas técnicas de kabat facial associada a diversas formas de estimulo sensitivo.

Além da observação do tratamento para a obtenção dos dados, foi realizada uma entrevista aberta com a fisioterapeuta e a paciente sobre os sintomas da patologia e a eficácia do tratamento. Cabe ressaltar que para ser incluso neste estudo, era necessário que o individuo apresentasse PFP sendo escolhida de forma aleatória e que reside no município de Barreiras-BA.

Dado que os sujeitos do estudo são seres humanos, obedeceremos ao previsto na Resolução 196/96 do Ministério da Saúde do Brasil, garantido ao entrevistado a voluntariedade na participação e a possibilidade de interrupção da entrevista/pesquisa, a qualquer momento, sem penalidades e prejuízos.

 

 

DISCUSSÃO

A paralisia facial periférica (PFP) é um tipo de mononeuropatia freqüente no adulto e ocorre dificilmente em crianças. A causa mais comum da PFP é na forma idiopática conhecida como paralisia de Bell, pois corresponde a mais de 50%, de todos os casos. Esta doença manifesta-se de maneira aguda (12 a48 horas), podendo estar relacionada a exposição ao frio, e muitas vezes antecedida por infecção viral. Pode está acompanhada de dor retro ou pré auricular, que pode suceder a paresia em 1 a 2 dias, e parestesias na face sem haver sinais objetivos de modificações sensitivas (VIEIRA, 2002).

Revela Matos (2011), a PFP constitui-se por sinais clássicos como: diminuição da força muscular facial unilateral; diminuição ou falta de rugas na região frontal; dificuldade ou incapacidade de movimentar a sobrancelha; lagoftalmo, apresenta menor contração do músculo orbicular das pálpebras (Sinal de Legendre) com o olho fechado possui maior facilidade de levantar a pálpebra superior (Sinal de Mingazzini) e no sinal de Bell apresenta uma rotação do globo ocular para cima.

Percebe-se que nos indivíduos com Paralisia de Bell (PB) em fase aguda, a evolução é completamente flácida podendo não responder as técnicas de reeducação. Porém, uma consulta nesta fase permite uma avaliação fundamental e educação quanto a cuidados a serem tomados. Sendo orientado pelo fisioterapeuta a aguardar e observar o aparecimento dos sinais de recuperação ou não (MATOS, 2011).

A PPF apresenta um extenso quadro clinico, porém sua etiologia ainda não foi esclarecida, são consideradas como fatores de risco para essa patologia a hipertensão arterial, diabetes mellitus, gravidez e puerpério, e infecção pelo vírus do herpes tipo I. Sendo que essa doença é presente mais em mulheres possa ser não só pela gestação mais sim pelas maiores expectativas de vida das mesmas em relação aos homens, dessa forma há um maior numero de acometimento em mulheres do que homens ( VALENÇA, VALENÇA & LIMA, 2001).

De acordo com Sawle e Ramsay (1998) a PB acontece em 38-45 por mil mulheres grávidas, quando avaliada com 17 por 100 mil mulheres não gestantes em idade fértil.

O nível de recuperação da função do nervo facial estar ligado a idade do paciente, o tipo de lesão, a causa, a nutrição do nervo, comprometimento neuromuscular e terapêutica inclusa. Sendo que a recuperação dessa lesão do nervo facial pode se manifestar em algumas semanas, ou mesmo em quatro anos. A fisioterapia é imprescindível para uma melhor reabilitação desse pacientes, tendo como principal objetivo restabelecer o trofismo, a força e a função muscular. utilizando como recursos para estes fins a cinesioterapia, massagem e eletrotermoterapia (GARANHANI, et al 2007).

Um estudo feito por Garanhani et al, 2007) usaram recursos semelhantes ao do referente artigo sendo eles a estimulação sensorial, exercícios de facilitação neuromuscular proprioceptivos e orientações; massagem; alongamentos; e eletroterápico . O tratamento realizado com eletroestimulação neuromuscular pode reverter parcialmente os déficits motores e as conseqüências da paralisia facial periférica, se associados com técnicas especificas tendo como exemplo o kabat facial.

De acordo com o Sara (2012), o prognostico para a PB varia em pessoas com menor idade, que tenham fraqueza parcial dos músculos envolvidos, o início da recuperação é entre 10 e 21 dias e falta de alguns fatores de risco como a diabetes são fatores que contribuem para um bom prognóstico ou uma recuperação completa.

 

 

RESULTADOS

Ao analisar os procedimentos submetidos à paciente com PFP, observou-se a utilização do Kabat facial, na qual foi utilizado como forma de estímulo o gelo e o tato para complementar o tratamento, incentivando a paciente a realizar mímicas faciais, onde a fisioterapeuta impõe uma leve resistência manual durante os movimentos para com isso fortalecer a musculatura facial e favorecer a produção de colágeno e restaurar a função dos músculos da face.

Durante as seções foi utilizado recursos de treino de propiocepção e mobilização cervical, associando ao alongamento de ECOM, pois a paciente possuía uma paralisação de esternocleidomastoide (ECOM) do lado afetado.

Atrelado a isso para o fortalecimento da musculatura facial foi realizado FES 10 a 40HZ- 150 ms e massagem intra-oral para estimular os músculos da mastigação.

Durante os 30 dias avaliados no tratamento, a paciente teve uma melhora em relação ao encurtamento do ECOM, já mobilizava a cabeça corretamente, já estava conseguindo fazer pequenos movimentos com a sobrancelha, a sensibilidade tátil estava se restaurando, e os músculos da mastigação já apresentando leve melhora na sua funcionalidade. Após os 30 dias a paciente ainda continuou com o tratamento a fim de obter melhores avanços com o tratamento.

 

 

CONCLUSÃO

Geralmente a PFP manifesta-se principalmente em adultos sendo resultante de uma lesão neuronal periférica do nervo facial, desse modo através do presente estudo constatou-se que as técnicas fisioterápicas minimizam os danos ocorridos no paciente com este tipo de patologia e de acordo com isso, quanto mais precoce for o tratamento melhor será a eficiência das técnicas além de promover assim uma boa reabilitação.

 

 

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA

CAMBIER, Jean; MASSON, Maurice; DEHEN, Henri. Neurologia. 11.ed. Rio de Janeiro:Guanabara koogan, 2005.

GARANHANI, Márcia Regina, et al. Fisioterapia na paralisia facial periférica: estudo retrospectivo. Rev Bras Otorrinolaringol 2007;73(1):112-5. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-729920070 00100018&lang=pt. Acesso: 02-03-13

MATOS, Catarina. Paralisia Facial Periférica: O Papel da Medicina Física e de Reabilitação. Acta Med Port 2011; 24: 907-914. Disponível em: http://actamedicaportuguesa.pt/pdf/2011-24/suplemento-4/907-914.pdf

PAULO, Júnior Cibuskis et al. fisioterapia na paralisia facial periférica: estudo de caso. 2004. Disponível em: http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2007/trabalhos/saude/epg/EPG00359_01O.pdf Acesso 14 de fevereiro de 2013.

SARA. Paralisia Facial Periférica. 2012 Disponível em: http://www.sarah.br/paginas/doencas/po/p_09_paralisia_facial_perif.htm acesso 20 de novembro de 2012

Sawle GV, Ramsay MM. The neurology of pregnancy. J Neurol Neurosurg Psychiatry 1998; 64:711-725.

VIEIRA, Sara. Paralisia Facial Periferica. ACTA MEDICA PORTUGUESA 2002; 15: 395-398. Disponível em: http://www.actamedicaportuguesa.com/pdf/2002-15/5/395-398.pdf. Acesso: 05-03-13.

 

 

Obs:

- Todo o direito e responsabilidade do conteúdo são de seus autores.

- Publicado em 26/06/2013.

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