Trabalho realizado por:
José Marcos de Andrade Figueiredo.
Aluno da Faculdade Asper 5º período.
Contato: enfisio_jp@hotmail.com
Orientadora:
Karina Pereira Diniz.
Professora das Faculdades Asper.
Resumo
Movimentos, rigidez muscular, desequilíbrios, e alterações na postura, fala e escrita, e mesmo não sendo uma doença fatal e nem contagiosa, não afeta a memória ou a capacidade intelectual do paciente. É importante que, inicialmente, seja realizada uma criteriosa avaliação do paciente, para que se determine o real nível de comprometimento, uma vez que, por esta ser uma patologia degenerativa e progressiva, o tratamento fisioterapêutico adequado é de suma importância para minimizar e retardar a evolução da patologia, proporcionando a este paciente uma melhora da funcionalidade e maior qualidade de vida. OBJETIVOS: demonstrar o uso da hidroterapia como recurso fisioterapêutico eficaz na melhora do quadro clínico geral dos pacientes com doença de Parkinson. MATERIAIS E METODOS: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica a partir de livros e artigos publicados no período de 1991 a 2008 e indexados nas seguintes bases de dados: Medline, Lilacs e Pubmed. Os artigos selecionados incluíam pacientes entre 35 e 85 anos, com diagnóstico de DP e quadro clínico compatível com esta doença e realizando tratamento fisioterapêutico através da piscina terapêutica. RESULTADOS: Nas referências pesquisadas todas apontam uma melhora considerável na sintomatologia da DP, como por exemplo a rigidez articular, a força muscular, tremores, bradicinesia, depressão e estado geral, através da hidroterapia. CONCLUSÃO: Com base na literatura consultada, é possível sugerir que a hidroterapia é uma valiosa ferramenta da Fisioterapia, com o objetivo de minimizar a sintomatologia da doença de Parkinson, possibilitando assim, uma melhora nas Avd´s e atividades funcionais, bem como na qualidade de vida dos pacientes por ela acometidos.
Palavras Chaves: Doença de Parkinson, Fisioterapia, Hidroterapia
Abstract
The Parkinson’s Deasese (PD) is disturb of movement, where the main clinical presentation if shows through tremors, movement’s slowness, muscular rigidity, disords in balance, and posture alterations, the paciente talk and writing, and it’s not being contagious and fatal illness, it does not affect the memory or the intellectual capacity of the patient. It is important that, initially, either carried through a criteria’s evaluation of the patient, so that if it determines the real level of compromising, for this being a degenerative and gradual pathology, the adjusted Physiotherapies treatment is very importance to minimize and to delay the evolution of the pathology, providing to this patient an improvement of the functionality and greater quality of life. OBJECTIVES: to demonstrate the use of the hydrotherapy as efficient Physiotherapies resource in the improvement of the general clinical picture of the patients with illness of Parkinson. MATERIALS AND METHODS: This is bibliographical research from books and articles published in the period of 1991 the 2008 and indexations in the following databases: Medline, Lilacs and Pubmed. The selected articles inclusion patient between 35 and 85 years, with diagnosis of DP and compatible clinical picture with this illness and carrying through Physiotherapies treatment through the therapeutical swimming pool. RESULTS: In the searched references all point a considerable improvement in the sintomatoma of the DP, as for example the rigidity to articulate, the force muscular, tremors, bradicinesia, depression and general state, through the hydrotherapy. CONCLUSION: On the basis of consulted literature, is possible to suggest that the hydrotherapies is a valuable tool of the Physiotherapies, with the objective to minimize the sintomatologia of the illness of Parkinson, being thus made possible, a functional improvement in the Avd´s and activities, as well as in the quality of life of the patients for it .
Words Keys: Parkinson’s desease, Physical Theraphy, Hydrotherapies
Introdução
Doença de Parkinson é uma doença neurológica, que afeta os movimentos do individuo. Não é uma doença fatal, nem contagiosa, não afeta a memória ou a capacidade intelectual do parkinsoniano. Ela foi descrita pela primeira vez por James Parkinson, em 1817; sua patologia foi definida cerca de cem anos depois, e o tratamento sofreu uma revolução nos anos 60, com a introdução do fármaco levodopa (2)
É importante que, inicialmente, seja realizada uma criteriosa avaliação do paciente, para que se determine o real nível de comprometimento, uma vez que, por esta ser uma patologia degenerativa e progressiva, o tratamento fisioterapêutico adequado é de suma importância para minimizar e retardar a evolução da patologia, proporcionando a este paciente uma maior qualidade de vida e funcionabilidade. Os sinais clínicos da Doença de Parkinson são constituídos, principalmente, pela tríade: tremor, rigidez e bradicinesia. (1).
Os sintomas mais comuns são lentidão na marcha, distúrbio do equilíbrio, com quedas ocasionais ou dificuldades nos movimentos finos de manipulação, como verstir-se ou barbear-se. Podem estar incluídos dificuldades com movimentos específicos como escrever, virar na cama ou levantar-se de uma cadeira baixa e incapacidade de elevar a voz ou de ter tosse produtiva (2).
De acordo com DeLisa, (3) , o parkinsonismo pode ser dividido em três categorias: primário ou idiopático, secundário ou sintomático (processos patológicos que afetam os núcleos da base) e Parkinson plus (sinais de parkinsonismo juntamente com outros déficits neurológicos).
Candeloro(4) afirma que a Doença de Parkinson, doença progressiva e crônica do sistema nervoso, envolvendo os gânglios da base e resultando em perturbações no tônus, posturas anormais e movimentos involuntários. Clinicamente o paciente exibe regidez, bradicinesia e tremor. A idade média do surgimento da doença situa-se entre 58 e 60 anos.
A Hidroterapia é uma forma de tratamento ou exercício instruída por um Fisioterapeuta ou Instrutor qualificado, administrada em uma piscina aquecida. (5)
Muitas abordagens de reabilitação aquática podem ser usadas no tratamento de pacientes com doença de Parkinson. Três abordagens especificas são mencionadas freqüentemente como sendo particularmente úteis para essa população. O WATSU (Water Shiatsu, shiatsu aquático) foi criado como uma técnica de bem estar e não visava necessariamente à recuperação de pacientes com lesão cerebral. Entretanto, os terapeutas de reabilitação que aplicaram a abordagem a pacientes com uma variedade de distúrbios físicos relataram sucesso clínico (6).
Os pacientes com doença de Parkinson podem, de fato, beneficiar-se da terapia aquática em grupo .(7).
Objetivo
Avaliar a aplicação da hidroterapia como recurso fisioterapêutico no tratamento de pacientes com doença de Parkinson.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de Livros e artigos Indexados nas bases de dados (Medline, Lilacs, Pubmed). No período de 1991 a 2008 com uma Amostragem de Pacientes com Doença de Parkinson, idade variando entre 35 e 85 anos.
Resultados
Os resultados envolveram uma amostragem de paciente acometidos com Doença de Parkinson (DP) entre 35 e 85 anos, usando a hidroterapia como agente terapêutico.
AUTOR |
ANO
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RESULTADOS e EFEITOS |
O´Sullivan E Shimitz(1)
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1993
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Retardar a progressão e efeitos dos sintomas da doença.
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Becker E Cole(8)
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2000
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Amenizar a Bradicinesia.
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Stokes, M(9)
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2000
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Melhoria da marcha melhora das atividades diárias destes indivíduos.
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Margaret(26)
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2000
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A acinesia e bradicinesia são freqüentes amenizados pela água, movimentos mais livres para agir contra a inércia.
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O’nihill,(10)
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2001
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Fortalecimento muscular, redução da dor, relaxamento músculos, melhora de amplitude articular.
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Morris(11)
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2001
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Deambulação de maneira mais independente.
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Bates E Hanson(12)
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2001
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O calor da água reduz a rigidez muscular e melhora da mobilidade articular. Prevenindo retrações e Contraturas.
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Morini Et Al(13)
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2002
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Melhora o desempenho das funções pulmonares do paciente.
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Skinner E Thomson (14)
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2002 |
Os efeitos fisiológicos da água reduzem sintomas. Favorece também o treino do equilíbrio estático e dinâmico com maior segurança e eficiência na água, a resistência é de 600 a 800 vezes maior que no ar.
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Candeloro E Silva(4)
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2003 |
Manutenção dos músculos da mímica facial, por exigirem constantes movimentos quando o indivíduo submerge a cabeça na água.
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Caromano(15)
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2003 |
Normalização de amplitudes de movimento, força e tônus muscular, a deambulação com o desequilíbrio provocado pelo exercício na água estimulado mudança de postura.
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Morini Et Al(13)
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2004 |
Tratamentos do paciente parkinsoniano foram alcançados êxito com a utilização de técnicas fisioterapêuticas em piscina.
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Kesiktas E Cols(16)
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2004 |
Melhora Espasticidade, melhora da postura, aumento da liberdade e velocidade de movimentos e melhora do desempenho motor.
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Gabilan, Y; Perracini.M(17)
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2005 |
Melhora do equilíbrio e controle do tronco.
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Biasoli(19)
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2006 |
Restauração das adms, reeducação dos reflexos posturais físicos e das reações posturais de endireitamento, melhora do equilíbrio, independência funcional.
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Candeloro(27)
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2007 |
Melhorar a flexibilidade e, parcialmente, a força muscular.
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Biasoli(20)
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2007 |
Melhora os tremores. Rigidez e perda de reflexos posturais.
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Rosal(21)
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2008 |
Melhora da motricidade global e equilíbrio.
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Hermenegildo(22)
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2008 |
Promove relaxamento, controle motor e reeducação muscular.
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Resende, Sm(23)
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2008 |
Aumento do equilíbrio e reduziu o risco de quedas.
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Candeloro(24)
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2008 |
Exercícios sem o risco de quedas ou dor, recuperar a auto estima.
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William A. Vogel l(25)
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2008 |
Dentro da piscina terapêutica o paciente de Parkinson mostrou uma marcha normal, que fora do ambiente aquático.
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Parkinsons New Zealand Fact Sheet(5)
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2008 |
Alívio da dor, mobilidade articular, redução do estresse, aptidão cardiovascular, relaxamento, equilíbrio e co-ordenação.
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Conclusão
A hidroterapia pode ter muitas vantagens na sua aplicação para um indivíduo com a doença de Parkinson. Este ambiente dinâmico oferece condições para otimizar as metas traçadas no tratamento.
Com a aplicação destes recursos hidroterapêutico na doença de Parkinson pode-se verificar que obtêm-se melhora no equilíbrio estático e dinâmico, o que melhora conseqüentemente a marcha.
Verifica-se melhora na modulação do tono muscular, aumento nas amplitudes de movimento, ganho de força que otimizam a realização dos movimentos voluntários e das AVDs.
Concluiu-se que o tratamento fisioterapêutico em meio aquático adotado para a doença de Parkinson apresenta-se eficiente se constituindo em fatos de melhora dos aspectos motores e psíquicos.
Referências
01 O´SULLIVAN, S.B; SCHMITZ, T.J. Doença de Parkinson. In: ___. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 2.Ed. São Paulo: Manole, 1993.
Guanabara Koogan, 1997.
02 BENNET, J.C; PLUM, F. Cecil Tratado de Medicina Interna. 20.Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.
03 DELISA, J, AED.;GANS, B. Tratado de Medicina de Reabilitação; princípios e prática, 3º edição, 2002 .
04 CANDELORO, J. M.; SILVA, R.R. Proposta de protocolo hidroterapêutico nopaciente com Parkinson. Revista Fisioterapia Brasil. 2003,
4(2):53-59
05 Parkinsons New Zealand fact sheet
06 MORRIS, David M., Reabilitação Aquática do Paciente com Prejuízo Neurológico. p. 117–139.
07 CARRIÈRE, Beate. Bola Suíça – Teoria, Exercícios Básicos e Aplicação Clínica. São Paulo: Editora Manole. 1991.
08 BECKER, B.E.; COLE, A.J. Terapia Aquática Moderna. São Paulo: Manole,2000.
09 STOKES, M. Doença de Parkinson. In: ___. Cash: neurologia para fisioterapeutas. São Paulo: Premier, 2000.
10 Ann Elizabeth Peters O’Nihill, B.S. Carla Cothran B.S.,MSN, MAEd AQUATIC EXERCISES FOR PARKINSON’S DISEASE © The
American Parkinson Disease Association, Inc. 2001
11MORRIS, D. M. Reabilitação Aquática do Paciente com Prejuízo Neurológico. São Paulo: Manole, 2001, p. 125-128.
12BATES, A.; HANSON.N. Exercícios Aquáticos Terapêuticos. São Paulo:Manole, 2001, p. 156-158
13 MORINI, S.R. et al. Programa de hidroterapia na reabilitação de um paciente portador da doença de Parkinson. Fisioterapia Brasil. 2002, 3(2):41-46.
14 THOMSON, A.; SKINNER, A.; PIERCY, J. Fisioterapia de Tidy. 12. ed. São Paulo: Santos, 1994. p. 333-334.
15 CAROMANO, F.A. Movimento na Água Fisioterapia Brasil, 2003, 4(2):75-81.
16 Kesiktas E Cols. Comparison of the therapeutic efficacy of TENS versus intra-articular hyaluronic acid injection in patients with knee osteoarthritis: a prospective randomized study.. 2004
17 Gabilan YPL, Perracini MR, Munhoz MSL, Ganança FF. Fisioterapia Aquática para Reabilitação Vestibular. Acta Orl 2005
18 Maria Cristina Biasoli, Hidroterapia: aplicabilidades clínicas RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 63 - Nº 5 - MAIO - 2006
19 Maria Cristina Biasoli Tratamento fisioterápico na terceira idade RBM - REV. BRAS. MED. - VOL. 64 - EDIÇÃO ESPECIAL - NOVEMBRO/2007
20 IOP, Rodrigo da Rosa1 – PUIC.Hidroterapia aplicada a pacientes com doença de parkinson- Fisioterapia
21 Scarsi, M. Victoria Hermenegildo, Magnani, M. Solange Abordagem fisioterapêutica na doença de Parkinson. , Graduanda do 4° Ano de Fisioterapia da FAI - Faculdades Adamantinenses Integradas Supervisora das Práticas Clínicas Supervisionadas – FAI, Docente do Curso de Fisioterapia das Faculdades Adamantinenses Integradas – FAI da Disciplina de Neurologia Adulto e Infantil.
22 RESENDE, SM and RASSI, CM. Efeitos da hidroterapia na recuperação do equilíbrio e prevenção de quedas em idosas. Rev. bras. fisioter., Jan./Feb. 2008, vol.12, no.1, p.57-63. ISSN 1413-3555.
23 Candeloro JM; Caromano__ Efeito de um programa de hidroterapia na flexibilidade e na força muscular de idosas. FA Rev. bras. fisioter. v.11 n.4 São Carlos jul./ago. 2008.
24 BIANCA DA SILVA et/al. Avaliação e tratamento de um paciente com Doença de Parkinson: Estudo de Caso. 2004. http://www.parkinson.org.br.
25 William A. Vogel, B.A., M.A. “Self-Perceived Benefits of Receiving Watsu Sessions for Eighteen Months by Residents of a Continuing Care Retirement Community” Originally published in AKWA, Volume 19, Number 4, 2005
26 Margart Reid Campion, hidroterapia, princípios e técnicas. São Paulo:Manole, 2000.
27 JULIANA MONTEIRO CANDELORO*RODRIGO RENATO DA SILVA**PROPOSTA DE PROTOCOLO HIDROTERAPÊUTICO PARA FRATURAS DE FÊMUR NA TERCEIRA IDADE, Monografia apresentada à Universidade Bandeirante de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Pós Graduação Latu Sensu em Hidroterapia.
“Que nossos esforços desafiem as impossibilidades”
Charles Chaplin
Obs.:
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- Publicado em 21/06/2008
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