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Intervenção da Cinesioterapia em Idoso Portador de Osteoartrite do Joelho Imprimir E-mail
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Trabalho realizado por:

Luiz Felipe Viana de Oliveira²

Warlen José Sartório Rezende²

Cristina Cristóvão Ribeiro da Silva³ - Integrante da Equipe FisioWeb


Contato:
wjsrezende@hotmail.com

 

¹ Trabalho de Conclusão de Curso

² Acadêmicos do 8º Período de Fisioterapia do Centro Universitário São Camilo – ES.

³ Fisioterapeuta Gerontóloga no Atendimento Individual e em Grupo para Pessoas Idosas -
Especialista em Gerontologia pela Universidade Federal de SP (UNIFESP) 2004 -
Mestranda em Gerontologia pela PUC-SP (2011)



RESUMO

 

Introdução: O grande crescimento da população idosa apresentada em todo o mundo traz consigo a necessidade de uma maior atenção à saúde dessa parcela da população, que com o aumento de sua expectativa de vida contribui para o aumento dos casos das doenças crônicas-degenerativas comuns em pessoas com idade mais avançada. Dentre as doenças contidas nesse grupo, encontra-se a osteoartrite que, por sua vez, figura-se como uma das patologias que mais contribuem para o desenvolvimento de déficit na capacidade funcional, limitações e incapacidades na terceira idade, acarretando diminuição de sua qualidade de vida. A Fisioterapia nesse contexto contribui de forma expressiva para a manutenção e promoção da saúde, nesses casos, onde a cinesioterapia apresenta-se como promissor recurso de reabilitação em tais pacientes. Objetivo: Verificar se os exercícios da cinesioterapia são capazes de promover melhora na deambulação de idoso com osteoartrite de joelho com conseqüentes ganhos em suas atividades de vida diária (AVD) e atividades instrumentais de vida diária (AIVD). Metodologia: Foi realizada uma pesquisa de cunho quantitativo através de um estudo de caso com coleta de dados através de avaliação e reavaliação por meio de escalas de capacidades funcionais sendo realizado no Centro de Reabilitação São Camilo – ES. A paciente era portadora de osteoartrite bilateral do joelho e com 65 anos de idade. Resultados: A paciente após o tratamento demonstrou melhora em todos os pontos analisados como diminuição da dor, desconforto, ganho de equilíbrio, aumento da força muscular, melhora nas AVDs e AIVDs e melhora na deambulação. Conclusão: A pesquisa realizada por meio de um estudo de caso e demonstrou que com a terapêutica empregada é possível alcançar melhoras funcionais em pacientes portadores de osteoartrite, além de possibilitar uma diminuição do uso elevado de medicamentos para controle da dor levando a paciente sentir-se mais disposta à realização de suas atividades diárias.

 

Palavras-Chave: Osteoartrite do joelho, Idosos – osteoartrite do joelho, Fisioterapia, Cinesioterapia.

 

ABSTRACT

 

Introduction: The large growth in the elderly population presented around the world brings with it the need for greater attention to health that portion of the population, that with the increase in their expectation of life contributes to the increase in cases of degenerative diseases common in people with older. Among the diseases included in this group, is to osteoarthritis, which in turn, appears to be one of the diseases that contribute most to the development of deficits in functional capacity, limitations in old age and disability resulting decrease in their quality of life. The Physical Therapy in this context so expressive contributes to the restoration and promotion of health, in those cases where the kinesiotherapy presents itself as a promising feature of rehabilitation in such patients. Objective: Check that the aim of the exercises kinesiotherapy are able to promote improvement in ambulation of elderly with osteoarthritis of the knee with consequent gains in their activities of daily living and instrumental activities of daily living. Methodology: was performed an imprint of quantitative research through a case study to collect data through evaluation of reassessment and through scales of functional abilities being conducted at Rehabilitation Center of Saint Camillus - ES. The patient was a carrier of bilateral osteoarthritis with 65 years of age. Results: The patient showed improvement after treatment at every point analyzed as reduction of pain, discomfort, to gain balance, increased muscular strength, improvement in AVDs and AIVDs and improvement in ambulation. Conclusion: Although the study has been carried out only with a patient, he showed that with the therapy used can be achieved functional recovery in patients with osteoarthritis, in addition to providing a large reduction in the use of drugs to control pain in patients taking feel - be more willing to carrying out their daily activities.



Key-words: Osteoarthritis of the knee, Elderly - osteoarthritis of the knee, Physiotherapy, kinesiotherapy.

 

 

Introdução

O mundo vem passando por alterações significativas em sua composição demográfica aonde essa transição vem expondo um crescente aumento no número de idosos existentes no globo terrestre. Segundo Veras (1988), os países tidos como subdesenvolvidos são os que apresentam os maiores números de crescimento dessa população e o Brasil está presente entre estes, o qual, em 1950 ocupava o 16º lugar no ranking mundial com 2,2 milhões de idosos, passando a ocupar o 11º lugar com 8,5 milhões em 1985. A Organização Mundial da Saúde prevê que em 2025 o Brasil apresente uma população com idade acima de 60 anos em torno de 33,8 milhões passando a ocupar o 6º lugar no ranking. (VERAS, 1988).

O aumento da população idosa tem sido explicado por diversos pesquisadores como sendo fruto dos avanços tecnológicos e, principalmente, dos avanços da medicina que, por meio da elevação da qualidade de vida promoveu o aumento da expectativa de vida da população. Isso se deu a partir de melhoras em aspectos como nutrição, higiene pessoal, melhores condições sanitárias, melhores condições ambientais de trabalho e melhor adaptação das residências tornando-as mais adequadas à vida diária. (VERAS, 1988; IBGE, 2003). Kalache (1987) afirma que a baixa mortalidade e uma baixa fecundidade são fatores importantes que influenciaram e influenciam no aumento dessa parcela da população. Diante disso, as atenções estão sendo voltadas de maneira mais freqüente para o idoso e o processo de envelhecimento, assunto este que vem sendo muito discutido no meio da sociedade científica e também na sociedade de forma geral. Dessa forma, torna-se importante o entendimento do que é o processo do envelhecimento. (ROSA; GERALDO; AVILA, 2005).

Papaléo Netto (1996) expõe diversos mecanismos e teorias do envelhecimento organizadas em grupos como as teorias baseadas em alterações metabólicas, teoria baseada em alterações dos sistemas orgânicos e teorias baseadas em alterações celulares e macromoleculares.

De acordo com Freitas (2006), a Organização Mundial da Saúde (OMS) delimita a idade a partir de 65 anos para ser considerado idoso em países desenvolvidos, enquanto que, nos países subdesenvolvidos, onde a expectativa de vida é menor e as condições socioeconômicas são menos favoráveis, a faixa de idade considerada desce para 60 anos. A Organização das Nações Unidas (ONU) organiza os idosos em três categorias sendo elas: os pré-idosos (entre 55 e 64 anos), idosos jovens (65 e 79 anos) e os idosos com idade mais avançada (com mais de 75 anos ou 80 anos). As teorias a cerca do envelhecimento são inúmeras onde também vários outros autores, além dos já citados, também teceram suas teorias. Porém, vale ressaltar que o processo de envelhecimento é muito complexo para que se adote uma idade para classificar o idoso, existindo inúmeros outros aspectos a serem considerados. (ROSA, 2005).

Apesar da grande discussão a cerca do processo de envelhecer, o certo é que algumas alterações acontecem, sejam de forma natural resultante do conjunto de alterações em níveis orgânicos, funcionais e psicológicos próprios do envelhecimento normal (senescência), ou oriunda de algumas afecções que costumam acometer a pessoa idosa (senilidade). (FREITAS, 2006).

O certo é que o envelhecimento de uma população traz consigo algumas consequências como o desenvolvimento de doenças que se originam com o tempo, as chamadas doenças crônico-degenerativas estando. Segundo Ramos (2003), essas doenças de forma geral não possuem cura e se não forem devidamente acompanhadas e tratadas durante os anos que se seguirem, elas poderão causar alterações no idoso que poderão vir a comprometer a sua independência e autonomia.

Para Rezende; Sampaio; Ishitani (2004), diante desse novo quadro apresentado, é necessário que os órgãos responsáveis tomem atitudes no sentido de se criar programas de prevenção e controle proporcionando a detectação precoce e a monitoração da doença em estudo. Segundo Ramos (2003), o cuidado com uma população de 32 milhões de idosos será o grande desafio a ser superado no século XXI, visto os baixos níveis socioeconômicos e educacionais da maior parte dessa população, além da alta prevalência de doenças crônico-degenerativas e incapacidades.

Presente entre as doenças crônico degenerativas com grande capacidade de promover limitações e incapacidades, encontra-se a osteoartrite (AO) que trata-se de uma doença considerada degenerativa, crônica e progressiva que afeta as articulações sinoviais. De etiologia multifatorial, geralmente manifesta-se por dores na articulação, rigidez e limitação da função articular apresentando perda progressiva com reparação inadequada da cartilagem e remodelagem óssea subcondral. (RADL, 2005).

Segundo Silvestre e Neto (2003), mudanças físicas normais e patológicas juntamente com os hábitos e a condição de vida, estão diretamente relacionadas à perda da capacidade funcional para realizarem as atividades básicas e instrumentais do cotidiano, considerando o fato de que 75% dos idosos são inativos, 42% apresentam perdas funcionais e 4% imobilidade. A OA é considerada a principal causa de limitação e segunda causa mais importante de incapacidades laborais acometendo 1/6 da população de idoso com mais de 65 anos, sendo considerada uma das doenças reumáticas mais frequentes em toda a população mundial.

As articulações acometidas tendem a mostrar-se em pontos diferentes do corpo quando comparados entre homens e mulheres. É mais comum em mulheres, onde o acometimento maior se dá nas articulações de mãos e joelhos, enquanto que, nos homens, é mais comum acometer a articulação do quadril. Dessa forma, a maior incidência de osteoartrite na população idosa ocorre em mulheres, nas articulações dos joelhos. (RADL, 2005).

Devido o exposto acima, percebe-se a necessidade de se buscar recursos que possam vir a prevenir ou tratar esse tipo de patologia na população de idade mais avançada proporcionando a eles melhor qualidade de vida. Dessa forma, a cinesioterapia surge como um recurso muito promissor para que tal objetivo seja alcançado. Existe um consenso de que a terapia por exercício é recomendada para o tratamento da osteoartrite possuindo o objetivo de reduzir a dor alcançando uma melhora funcional. (RICCI; COIMBRA, 2006). O tratamento permite aumentar a força muscular o que resulta em uma melhora funcional global, que por sua vez, irá proporcionar independência e condições ao idoso para realizar suas AVDs e AIVDs de forma mais eficaz, sem dificuldades eliminando possíveis limitações. (RICCI; COIMBRA, 2006).

Diante da atual situação de transição demográfica que a população mundial, bem como a brasileira se encontram, com consequente aumento do número de idosos, o presente estudo virá contribuir como mais uma fonte de informação a cerca do uso da cinesioterapia como forma de tratamento e recuperação físico-funcional de idosos portadores de osteoartrite. Este estudo possui como objetivo, verificar se os exercícios terapêuticos são capazes de promover melhora na deambulação de idoso com a referente patologia no joelho, favorecendo a sua independência e atuação ativa na sociedade em que vive.

 

 

Casuística e Métodos

O presente trabalho trata-se de uma pesquisa quantitativa, exploratória, realizada através de um estudo de caso, o qual o indivíduo selecionado é portador de osteoartrite de joelho bilateral. E, para confirmação da patologia foi utilizado o diagnóstico médico e exame radiológico. Nos critérios de inclusão, o idoso devia possuir idade acima de 60 anos e ser portador de osteoartrite bilateral de joelho, ser cooperativo ao tratamento, ter uma boa cognição e lucidez, possuir dor e limitação funcional nos joelhos e também fraqueza muscular. Os critérios de exclusão foram: apresentar idade abaixo de 60 anos; alterações cardiorrespiratórias acentuadas e/ou neurológicas e doenças osteomusculares que possam alterar os resultados da pesquisa ou causar riscos durante a execução do tratamento.

O tratamento foi realizado no Centro de Reabilitação do Centro Universitário São Camilo – Espírito Santo localizado na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, bairro Paraíso e teve início no dia 05 de setembro de 2008 e término no dia 04 de outubro 2008, sendo realizado nesse período o número de 10 atendimentos com duração de 01h30 min. cada um.

Os materiais utilizados para a realização do trabalho foram: estetoscópio (marca BIC), esfignomanômetro (marca BIC), goniômetro (CARCI), faixa elástica (marca RUBBER BAND) de intensidade fraca - Amarela, Teste Muscular Manual, Escala de Avaliação do Equilíbrio e da Marcha de Tinetti, Escala de Atividades Básicas de Vida Diária (modificada de Katz) e Escala de Avaliação de Atividades Instrumentais de Vida Diária de Lawton e o Questionário Algo Funcional de Lequesne para Joelho.

Na anamnese foi utilizada uma ficha de avaliação (Escala de Atividades Básicas de Vida Diária (modificada de Katz) e Escala de Avaliação de Atividades instrumentais de Vida Diária de Lawton) que continha perguntas à paciente sobre a realização de suas atividades de vida diária bem como, a realização de suas atividades instrumentais de vida diária.

A mensuração da força muscular foi adquirida através da avaliação manual da força muscular com auxílio do Teste Muscular Manual. Nesse caso, os músculos responsáveis pela flexão e extensão dos joelhos foram os selecionados para serem avaliados visto sua importância em todo o processo de movimentação dos MMII para realização da marcha.

Em relação à flexibilidade muscular e à mobilidade articular, que associadas resultam na amplitude de movimento (ADM), foi mensurada com o goniômetro (marca CARCI) sendo também aplicados ao paciente alguns questionários como a Teste Muscular Manual, Escala de Avaliação do Equilíbrio e da Marcha de Tinetti, Escala de Atividades Básicas de Vida Diária (modificada de Katz) e Escala de Avaliação de Atividades Instrumentais de Vida Diária de Lawton e Questionário Algo Funcional de Lequesne para Joelho. O objetivo foi o de avaliar inicialmente e reavaliar após os 10 atendimentos de Fisioterapia a qualidade física-funcional da paciente para fins comparativos da eficácia da terapêutica proposta.

Durante cada atendimento de Fisioterapia foram verificados os sinais vitais através da aferição da pressão arterial, frequência respiratória e frequência de pulso no início e ao término do tratamento. O primeiro item a ser trabalhado era o alongamento estático. Ele foi aplicado de forma passiva, lenta e em baixa tensão a fim de atingir a fase plástica do músculo (plasticidade – tendência do tecido em assumir uma extensão maior que a original, depois de liberada a tensão do alongamento), ou seja, o aumento do número de sarcômeros dos músculos em séries.

Com isso, o alongamento muscular foi empregado no tempo de 4 minutos para cada grupamento muscular, o qual o primeiro minuto era destinado ao início – de zero grau da articulação ao ponto limite da flexibilidade, o segundo minuto é destinado ao aumento gradativo e lento da angulação da articulação e, os dois últimos eram exclusivos para o retorno, lento, à posição inicial de alongamento. O alongamento dos músculos que compõem o grupamento flexor do joelho foram trabalhados com o paciente posicionado em decúbito dorsal sobre a maca com superfície horizontal. E, os músculos que compõem o grupamento extensor foram alongados com o paciente em decúbito ventral sobre superfície horizontal na maca. Neste alongamento era introduzido entre a maca e a porção anterior e distal da coxa um coxim de 4 centímetros de altura, a fim de manter em extensão da articulação coxofemoral o que otimiza o alongamento do grupamento extensor do joelho.

Durante o trabalho de alongamento, mais precisamente no segundo minuto, era aplicada a técnica de liberação miofascial, nos músculos e suas respectivas fáscias que estavam sendo alongadas. A técnica consiste em mobilização manual, onde é aplicada uma força no músculo, em especial, nos locais de maior tensão muscular, ou seja, nos locais mais rígidos. E, o sentido da força a ser aplicada sobre o músculo é perpendicular (90°) as suas fibras.

Após todo o trabalho de alongamento e, consequentemente, de liberação miofascial que era realizado no tempo de aproximadamente 20 minutos, contando com os intervalos, era iniciado o programa de fortalecimento muscular. Nele o paciente era submetido ao exercício de fortalecimento muscular de cadeia aberta. O grupamento flexor e extensor dos joelhos foram fortalecidos através de contrações isotônicas concêntricas e excêntricas com resistência proporcionadas pela faixa elástica de cor amarela (Marca RUBBER BAND). Para cada grupo muscular eram feitas 3 série de 15 repetições com intervalo de 30 segundos entre uma série e outra e de 60 segundos entre um grupamento muscular e outro. O exercício de fortalecimento dos músculos que compõem o grupamento flexor era feito com a paciente em decúbito ventral em superfície horizontal sobre a maca. O fortalecimento dos músculos que compõem o grupamento extensor era feito com a paciente na posição sentada e com a perna pendente fora da maca.

 

 

Resultados e Discussão

A obtenção dos resultados que serão expostos a seguir foram baseados a partir de uma comparação entre os dados coletados na primeira avaliação realizada antes da execução do tratamento proposto e os dados da reavaliação ao final do tratamento após a execução do mesmo.

 

 

A amplitude de movimento nas articulações dos joelhos da paciente no movimento de flexão dos joelhos obteve resultados favoráveis adquirindo ganhos considerados satisfatórios principalmente no joelho direito, onde de 75% passou a apresentar 100% em sua ADM. O joelho esquerdo embora a melhora tenha sido menor que a do joelho direito, também obteve progresso satisfatório apresentando 92% após as 10 sessões evoluindo dos 75% avaliados antes.

 

 



Ainda no tocante a amplitude de movimento, entretanto em relação ao movimento de flexão dos joelhos, os números apresentados na primeira análise antes do tratamento já se encontravam satisfatórios visto que, na primeira avaliação a ADM apresentava-se com percentual de 100% em ambos os joelhos mantendo-se nesse patamar também no final dos atendimentos propostos para a paciente na reavaliação realizada.

No estudo foram observados ganhos significativos da flexibilidade da paciente, no qual se pôde perceber um aumento da amplitude de movimento da paciente que com as atividades desenvolvidas passou a apresentar 100% de sua capacidade normal que se encontrava diminuída antes dos atendimentos. Estes achados foram publicados por Norm (2004), ao descrever que a realização de alongamentos antes e depois das atividades proporciona uma manutenção da flexibilidade e ajuda na prevenção de lesões. Além disso, com o alongamento e sua prática é possível promover a redução das tensões musculares, sensação de relaxamento, melhora da coordenação motora pela facilitação dos movimentos, aumento na amplitude de movimento, maior facilidade na realização das atividades de desgaste, servindo como sinalizador para os músculos que serão trabalhados, melhora na consciência corporal, ativa a circulação e contribui para liberação de movimentos bloqueados por tensões emocionais.

 

 

No gráfico 3, observa-se o nível de força muscular dos músculos responsáveis pelo movimento de Flexão, nos dois membros, antes do tratamento de Fisioterapia apresentavam-se com déficit de 40%. Que por sua vez comprometia a realização das atividades do dia-a-dia, pois diminuía também o potencial em desenvolver as atividades. Porém, com o tratamento e consequentemente os exercícios de fortalecimento muscular, os músculos flexores tanto do membro inferior direito quanto do membro inferior esquerdo evoluíram para 100% de sua força, com isso, refletiu em melhora na deambulação e em todas as atividade do cotidiano.

 

 

Os músculos Extensores do Joelho esquerdo e direito apresentavam diminuição da força muscular de 20% antes do tratamento de Fisioterapia. E, após o tratamento, no qual no protocolo de tratamento está incluso o fortalecimento muscular, os músculos flexores melhoram sua força em 20%, passando para porcentagem final de 100%. Pois, com isso, tais melhoras tiveram efeitos muito significativos nas atividades de modo geral.

Segundo Radl (2005); Chadwick (2001); Gomes et al (2007), o aumento da força muscular pode ser alcançado a partir dos exercícios terapêuticos através de exercícios contra a gravidade, excêntricos e concêntricos. Essa informação vem a confirmar os achados no estudo que fez uso de tais recursos gerando ganhos nos aspectos citados pelo autor acima onde a paciente passou a apresentar maior força muscular em sua musculatura extensora e flexora de joelhos alcançando grau 5 de força de acordo com a reavaliação realizada ao final do tratamento com o Teste Muscular Manual.

 

 

No que se refere à dor e desconforto, sendo esses aspectos de extrema relevância para a paciente, após o tratamento a ela apresentou resultados significativos quanto à diminuição de ambos os aspectos citados. Como pode ser observado nos dados apresentados no gráfico 5 (Questionário Algofuncional de Leguesne) o nível de acometimento (dor e desconforto em realizar movimentos), diminuiu de 71,74% antes do tratamento para 10,87% depois do tratamento demonstrando ganhos positivos com a utilização da técnica planejada para o tratamento.

O Índice Algo-Funcional de Leguesne é o sistema de classificação mais utilizado na dor e capacidade funcional de pacientes com osteoartrite de joelho o qual possibilita analisar as condições físicas funcionais do paciente, a gravidade da lesão, a dor e desconforto, e outros, classificando de acordo com a gravidade da AO em leve, moderada, grave, muito grave e extremamente grave. (FREITAS et al, 2002).

De acordo com Vale et al (2003), a integridade do sistema músculo esquelético é formado por três componentes básicos que são importantes na saúde física sendo eles a força muscular, a resistência e a flexibilidade. A existência de um comprometimento em qualquer um desses componentes irá proporcionar prejuízos na adaptação músculo esquelética podendo assim causar um grande impacto na saúde e bem estar do indivíduo. Dessa forma, esses três componentes devem sempre ser abordados no programa de treinamento para uma melhor qualidade de vida. De forma a confirmar o que o autor afirma, os resultados do estudo demonstraram que ao final dos 12 atendimentos o restabelecimento do equilíbrio desses três componentes proporcionou a diminuição do quadro de dor observado no início do tratamento bem como do desconforto presente em seu cotidiano.

 

 

Quanto as atividades instrumentais de vida diária (AVDs), antes da realização das atividades da fisioterapia, a paciente possuía relativa dificuldade em realizar suas AIVDs apresentando nível de independência na realização das mesmas de 74%. Com o desenvolvimento do tratamento, a execução de atividades como fazer compras, arrumar a casa, usar o telefone, e outros, tornou-se mais fácil como podemos perceber no gráfico a elevação do índice de independência nessas atividades passou para 100% após os dez atendimentos.

De acordo com Brandt (1998) os exercícios terapêuticos no tratamento de portadores de osteoartrite de quadril e joelho, possuem por si só a capacidade de reduzir a dor e melhorar a atividade funcional. Confirmando os achados de Brandt, o estudo realizado veio a demonstrar que o paciente submetido à cinesioterapia após 12 atendimentos, apresentou significativa redução do quadro de dor bem como passou a realizar suas atividades funcionais (AVDs e AIVDs) melhor possuindo maior facilidade na realização destes e também em sua capacidade de deambular e se movimentar.

 

 

No que se refere a equilíbrio e marcha da paciente antes e após os atendimentos, verificou-se que antes de começar a ser feito a fisioterapia a paciente apresentava 86% de sua capacidade de equilíbrio e de marcha possuindo assim um relativo déficit. Após o tratamento, a paciente apresentou melhora com um respectivo aumento nesses números passando a apresentar 100% de capacidade de equilíbrio e marcha como exposto no gráfico 7.

Rose e Gamble (1998) afirmam que a força muscular encontra-se diretamente ligada ao equilíbrio, a flexibilidade e a capacidade de deambular. Se houver déficit no nível de força, o equilíbrio e consequentemente a marcha do indivíduo estará prejudicada. Confirmando o que os autores afirmam, o estudo demonstrou que a paciente ao obter ganhos de força muscular e aumento da flexibilidade obteve melhora significativa em sua marcha. E realizando mais facilmente os movimentos propostos pela Escala de Avaliação do Equilíbrio e da Marcha de Tinetti, em sua reavaliação, como início da marcha sem hesitação, passos simétricos, equilíbrio sentado e de pé, e outros.

Nesse contexto, a preparação do profissional fisioterapeuta é importante para que bons resultados sejam alcançados onde o domínio dos conhecimentos teóricos e práticos irá proporcionar condição para que o profissional direcione e realize as melhoras condutas fazendo com que o tratamento seja eficaz.

Basioli et al (2003) e Biehl et al (2008), afirmam que um profissional bem treinado é de suma importância para o sucesso do tratamento de forma que o mesmo venha a favorecer a obtenção de bons resultados e também promover uma boa orientação ao paciente de maneira específica e individualizada para cada paciente. Faz-se importante e necessário o profissional conhecer a fundo a patologia e as formas de tratamento que podem ser realizadas para que cada atendimento seja personalizado obedecendo e suprindo todas as necessidades de cada paciente, visto que a sintomatologia da osteoartrite é muito parecida entre seus portadores, porém, as necessidades físicas de AVDs e de qualidade de vida são as mesmas para todos, jovens ou idosos.

Segundo Tamegushi et al (2008), o aumento da expectativa de vida juntamente com o avanço da medicina no controle das doenças crônico-degenerativas cria uma nova visão acerca do conceito de saúde do idoso que passa a ser mais amplo não sendo mais avaliado apenas pela ausência ou presença de doenças, mas sim, pela capacidade do idoso de escolher e executar seus próprios desejos.



Conclusão

É de extrema importância salientar que devido o aumento significativo da população idosa os exercícios terapêuticos vêm proporcionar melhoras muito significativas a qualidade de vida dessa população. E, nos alerta que os estudos em prol da qualidade de vida dos idosos devem ser continuamente realizados, para que novas propostas de tratamento sejam criadas e também adequadas ao surgimento de novas patologias.

No estudo em questão obtiveram-se resultados positivos com a paciente através da execução do protocolo de tratamento. No qual os alongamentos e juntamente com a liberação miofascial proporcionaram aumento da amplitude de movimento da articulação do joelho e os exercícios de fortalecimento muscular de contrações isotônicas concêntrica e excêntrica e com resistência, geraram aumento da força muscular dos músculos responsáveis pela flexo-extensão dos joelhos, ou seja, alcançou uma melhora no estado geral do paciente.

A pesquisa realizada por meio de um estudo de caso demonstrou que com a terapêutica empregada é possível alcançar melhoras funcionais em pacientes portadores de osteoartrite. E ainda, obter melhoras em aspectos muito relevantes a qualidade de vida como: diminuição do uso elevado de medicamentos para controle da dor como também no aspecto psicológico no qual a paciente se tornou mais disposta às atividades diárias.

Com tudo cabe descrever que os objetivos propostos com o trabalho foram alcançados com muito êxito, o que vem a ajudar de forma científica no que diz respeito ao tratamento da osteoartrite.



Referências Bibliográficas

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Obs.:

- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo é de seu autor.

- Publicado em 31/08/2010


Obs.:

- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo é de seu autor.

- Publicado em 30/08/2010

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