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Por que?

Para esta pergunta tão comum diante do diagnóstico de um câncer já começam a surgir algumas respostas esclarecedoras. Todo câncer surge pela combinação de fatores ambientais com predisposições genéticas.

Inúmeros fatores participam do desenvolvimento destas doenças, na maior parte das vezes identificados:

>> Fatores ambientais

Agente carcinogênico é todo o causador de modificações no DNA de uma célula capaz de levá-la a uma proliferação desordenada dando origem ao câncer. São agentes cancerígenos: produtos químicos, radiações e microorganismos.

Um exemplo de agente cancerígeno do tipo radiação é a luz solar que com seus raios ultravioleta é responsável pela grande maioria dos canceres de pele.

Agentes cancerígenos químicos são encontrados no fumo, que representa o maior risco conhecido ao desenvolvimento de doenças malignas no ser humano.

Acredita-se que um terço dos tumores malignos seja causado pelo hábito de fumar, reconhecendo-se, hoje, mais de quatrocentas substâncias carcinogênicas na fumaça do cigarro.

Outras substâncias químicas têm sido responsabilizadas pelo desenvolvimento de doenças malignas, boa parte delas após exposições prolongadas no ambiente de trabalho. Asbesto, na indústria naval e de construção civil, aminas aromáticas, presente na manufatura de tinturas, benzeno, da indústria química, são alguns destes carcinógenos.

Alguns microrganismos, como a Papiloma Vírus (causador da verruga genital) e o Vírus Epstein-Baar (agente responsável pela Mononucleose Infecciosa), têm a capacidade de promover alterações no DNA das células que infectam, favorecendo sua malignização.

O vírus da AIDS (HIV) causa um comprometimento do Sistema Imunológico que pode favorecer o crescimento e doenças malignas dentro do organismo por ele infectado. Embora este vírus não cause diretamente o câncer, cria condições ideais para seu desenvolvimento dentro de um organismo debilitado.

Estima-se que até 70% dos casos de câncer podem ser evitados simplesmente impedindo-se a exposição aos fatores de risco ambientais.

A eliminação do hábito de fumar, modificações na dieta com um maior consumo de frutas, verduras, legumes e cereais, prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e do controle na exposição a agentes químicos, radiações ionizantes e raios-ultravioleta são medidas práticas que contribuem para a redução máxima do risco de se desenvolver um câncer.

>> Herança genética

Todas as nossas características físicas são determinadas pelas informações genéticas, armazenadas em moléculas de DNA, que herdamos de nossos pais. Detalhes com altura, cor dos olhos, aptidões artísticas, matemáticas e esportivas, resistência às infecções, tendência à obesidade e às doenças cardiovasculares são determinadas por esta herança, em grau variado.

A programação codificada dentro dos genes vai sendo cumprida de acordo com as condições que o organismo encontra no meio ambiente. Isto é, se há alimento disponível, o organismo pode crescer; havendo treinamento físico, um atleta pode se desenvolver; com os estímulos adequados, um artista pode criar. Para as doenças, isto também é verdade.

Toda doença surge da interação do organismo com o meio ambiente. Uma doença infecciosa não se desenvolve sem o agente invasor, mas sua evolução varia muito de acordo com a reação do organismo.

O câncer não é diferente. Cada pessoa apresenta uma sensibilidade própria aos diversos agentes causadores do câncer, definida pelo seu patrimônio genético. Enquanto que em certos indivíduos quantidades mínimas de uma substância química promovem o desenvolvimento de um determinado tumor maligno, para outros isto só ocorre com doses muito elevadas.

Estas características, geneticamente determinadas, são comuns aos indivíduos de uma mesma família. Assim, da mesma forma que o membro de uma família de obesos com doenças cardíacas tem maiores chances de apresentar um infarto do miocárdio, principalmente se também for gordo, uma mulher, com mãe, tias e irmãs portadoras do câncer de mama, é forte candidata a apresentar esta mesma doença.

Algumas vezes, a participação das características genéticas é tão marcante no desenvolvimento de uma doença que passamos a chamá-la hereditária. Nesta situação, a enfermidade se manifesta quase que independentemente das condições ambientais.

Só muito raramente, o câncer se apresenta com um componente hereditário realmente importante, com algumas poucas famílias carregando genes que predispõem ao desenvolvimento de tumores malignos.

Do ponto de vista prático, as doenças malignas devem ser entendidas como resultantes da exposição do organismo a agentes cancerígenos que criam condições para o desenvolvimento do câncer. A sensibilidade individual determina o maior ou menor risco da pessoa ser afetada.

É claro que a existência de casos familiares deve ser sempre pesquisada quando se estabelece um programa individual de prevenção e diagnóstico precoce. Entretanto, os aspectos hereditários de câncer não devem ser motivo de preocupação imediata no momento em que se enfrenta o diagnóstico de câncer em algum parente próximo.

fonte:
TENHO CÂNCER. E AGORA?
de:
Claudio Ferrari e
Vitoria Herzberg

 

Obs.:
- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo são de seus autores.
- Publicado em 18/11/03

- fonte: Instituto Day Care Center - http://www.daycare.com.br/

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