Trabalho realizado por:
Kadhija Ziemmer Magalhães * Daniele Francisquinho da Silva *
Contato: kadhi_cat@hotmail.com
* Fisioterapeutas, graduadas em 2007 pela UENP - Universidade Estadual do Norte do Paraná.
Palavras-chave/Key- words: Ombro doloroso, AVE, hemiplegia, Fisioterapia.
Introdução
A síndrome do ombro doloroso atinge cerca de 75% dos pacientes que sofreram um AVE e pode surgir nas várias fases da doença, levando o paciente a incapacidade funcional devido a dor e restrição de movimento. O complexo articular do ombro é composto por várias estruturas que estabilizam e mantêm o úmero na cavidade glenoíde, dentre essas estruturas a ação muscular é muito importante na estabilização, já que estas articulações têm a ação muscular como um dos principais meios para a estabilização. O AVE pode deixar várias seqüelas, dependendo da área em que foi lesionada no SNC (sistema nervoso central). Pode haver um desequilíbrio na musculatura atingida, levando a uma espasticidade, flacidez ou sinergismo muscular, dependendo da fase em que o paciente se encontra. Com o desequilíbrio da musculatura estabilizadora irão surgir problemas relacionados a biomecânica das articulações. Este desequilíbrio pode causar lesões e dor no paciente. Através deste trabalho buscamos evidências da eficácia de tratamentos fisioterapeuticos para a diminuição da dor e ganho de amplitude de movimento sem dor. As técnicas utilizadas foram o alongamento associado à mobilização passiva e pompage.
A Escolha das Técnicas
Klotz (2006) afirma que as modalidades fisioterapêuticas mais empregadas nesta condição são: Estimulação Elétrica funcional (FES), Estimulação elétrica transcutânea (TENS), bandagem e cinesioterapia. Por dentro dos relativos insucessos das técnicas anteriormente citadas, optamos por escolher um método de Cinesioterapia convencional, representada pelo alongamento associado à mobilização passiva e pela Pompage, sendo que esta última não foi descrita em nenhum trabalho sobre ombro doloroso no hemiplégico. As técnicas escolhidas se sustentam nas seguintes justificativas: Cailliet (2000), afirma que no ombro hemiplégico está alterada a relação agonista-antagonista. Sendo assim, ele descreve fazer-se imperativo o emprego de uma técnica que libere os músculos antagonistas espásticos, resolvendo o problema da espasticidade e das sinergias. A mobilização passiva empregada por Tyson & Chissim (2004) no tratamento do ombro hemiplégico, e trouxe resultados benéficos em curto prazo na redução da sintomatologia dolorosa e no aumento da ADM em flexão da articulação glenoumeral. Exercícios à base de alongamentos e mobilizações na fase aguda, ainda em período de internação hospitalar, foram aplicados por Horn (2003) e tiveram como resultados uma evolução do quadro com ausência de dor e melhora nos graus de movimento. A pompage foi colocada como uma forma de liberar estes músculos espásticos e restabelecer o equilíbrio hídrico articular, sendo estes alguns dos benefícios descrtitos por Bienfait (1997). Seguem explicações sobre cada técnica aplicada.
O Alongamento
O termo alongamento possui diversas definições, de acordo com a interpretação, aplicação e área de atuação profissional, para Lima et. al (2002) significa intervenção que aplica tensão aos tecidos moles, induz ao movimento na extensibilidade destes tecidos, sendo amplamente administrado para aumentar a mobilidade articular e reverter contraturas. “Alongamento é qualquer manobra terapêutica elaborada para alongar (encompridar) estruturas de tecido mole encurtadas patologicamente e assim aumentar a amplitude de movimento”. (LOPES, 2005, p.7)
A Pompage
Pompage é um termo francês, sem tradução, que propõem abordar as várias camadas do tecido conjuntivo, que recobre os músculos e forma os tendões, considerado o esqueleto fibroso, restabelecendo seu comprimento ideal. É uma manobra de bombeamento, um puxar-relaxar sucessivos de um segmento corporal, capaz de atingir todas as fáscias nele contidas, até as mais profundas. É um tensionamento lento, progressivo e regular que possibilita o relaxamento muscular, melhora da circulação, regeneração, descompressão e a nutrição tecidual e articular trazendo benefícios quanto à dor, por ser estas estruturas fonte de nociocepção. (FONSECA, 2004).
Forma de Aplicação das Técnicas
Dois pacientes do sexo masculino hemiplégicos, com idades 78 e 69 anos, na fase espástica, foram submetidos, primeiramente, a um protocolo de avaliação por meio de escala visual analógica e avaliação goniométrica passiva nos movimentos de rotação externa, abdução e flexão do ombro. A partir da avaliação foram realizadas 21 sessões de Fisioterapia, sendo que um paciente era tratado com pompage e o outro com alongamento e mobilização passiva. Uma nova avaliação era refeita a cada três sessões, e uma última foi realizada uma semana após o cessar do tratamento.
Resultados
Tabela 1 - Evolução do paciente “A” |
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5.4.2 Paciente “B”
Tabela 2 – Evolução do paciente “B” |
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Conclusão
Ao final do tratamento, houve uma melhora da dor de 9 para 4 com a pompage, e de 10 para 10 com o alongamento e mobilização passiva. Em relação à goniometria, a pompage obteve aumento de 18°, na rotação externa, 41° na abdução e 43° na flexão. Com o alongamento e mobilização passiva o aumento foi de 18°, 17° e 79° nos respectivos movimentos. Após uma semana, o paciente tratado com alongamento e mobilização passiva teve uma perda da ADM em até 9º e a dor manteve-se em 10, o paciente tratado com pompage obteve uma perda de até 11º na ADM e a dor foi de 4 para 6. Com base nos resultados obtidos, podemos sugerir que ambas as técnicas aplicadas trazem bons resultados na melhora da ADM. Porém, a pompage mostrou maior eficácia na melhora da dor destes pacientes.
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Obs:
- Todo conteúdo e responsabilidade do conteúdo são de seus autores.
- Publicado em 17?01/2011.
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